Médicos de UPA em Rio Grande indicam paralisação por salários atrasados
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira30 de Janeiro de 2025

Saúde

Médicos de UPA em Rio Grande indicam paralisação por salários atrasados

Categoria pretende suspender atendimentos eletivos caso os honorários não sejam pagos até 15 de fevereiro

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Médicos de UPA em Rio Grande indicam paralisação por salários atrasados
Unidade tem cerca de 40 profissionais com salários atrasados. (Foto: Divulgação)

Os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Junção, em Rio Grande, indicaram a paralisação dos atendimentos eletivos caso a gestora da unidade, o Instituto Brasileiro de Saúde (IBSaúde), não regularize os pagamentos em atraso.

A decisão foi tomada em Assembleia Geral Extraordinária realizada na última sexta-feira, conduzida pelos sindicatos médicos do Rio Grande do Sul (Simers) e de Rio Grande (Simerg).

De acordo com a diretora da região Sul do Simers, Renata Jaccottet, a situação se tornou insustentável. “É inadmissível que os profissionais trabalhem e não recebam. Essa é uma regra que vale para todo mundo que presta algum serviço, por que com os médicos seria diferente?”, questiona.

Atrasos

Presidente do Sindicato dos Médicos de Rio Grande (Simerg), o médico Sandro Oliveira, conta que mais de 40 profissionais estão com os salários de dezembro atrasados. Os débitos de novembro foram quitados na segunda-feira. Atualmente, a dívida é de cerca de R$ 700 mil.

Caso os honorários não sejam quitados até 15 de fevereiro, a categoria planeja ingressar com o protesto formal das notas fiscais vencidas contra o IBSaúde. A medida, segundo os médicos, busca pressionar a empresa a regularizar os pagamentos e evitar novas complicações contratuais.

Paralisação

Além do protesto em cartório, os médicos afirmam que caso a empresa não cumpra com o compromisso, os atendimentos eletivos da UPA Junção serão restringidos, atuando apenas em casos de urgência e emergência.

O que diz o IBSaúde

Em nota, o IBSaúde confirma a dívida e afirma que realizou, nesta semana, o pagamento dos honorários de novembro e que buscará a criação de um cronograma para quitar o restante do débito.

Histórico de impasses

A crise envolvendo os pagamentos dos médicos da UPA Junção se arrasta desde o final de 2024. Em dezembro, a categoria já havia sinalizado a possibilidade de paralisação devido ao atraso nos honorários referentes a outubro e novembro. Diante da falta de avanço nas negociações, em janeiro de 2025, os profissionais decidiram suspender o atendimento de fichas verdes e azuis, mantendo apenas os casos considerados graves.

Na época, a prefeitura de Rio Grande afirmou que os repasses estavam sendo feitos conforme previsto em contrato e que os atrasos seriam responsabilidade da gestora da unidade. A Secretaria de Saúde do município explicou que os pagamentos ao IBSaúde ocorrem pós-prestação de contas, sendo divididos em duas parcelas: 40% até o quinto dia útil do mês subsequente e os 60% restantes até o final do mês seguinte. No entanto, os sindicatos afirmam que os atrasos persistem e que a empresa tem evitado dialogar com os representantes da categoria.

Santa Casa

Situação semelhante vivem cerca de 90 médicos da Santa Casa do Rio Grande, que estão com salários atrasados desde setembro. A dívida ultrapassa os R$ 7 milhões.

Com os atendimentos eletivos suspensos desde 10 de janeiro, a categoria segue atuando no hospital nas áreas de oncologia, urgência e emergência.

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