“O turismo é uma das saídas para Pelotas”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Sexta-Feira20 de Setembro de 2024

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“O turismo é uma das saídas para Pelotas”

O ex-professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e economista, Samir Curi Hallal, aos 89 anos, fala sobre sua relação com o turismo de Pelotas e Zona Sul

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“O turismo é uma das saídas para Pelotas”
Samir recapitulou o desenvolvimento da Fenadoce em Pelotas (Foto: Divulgação)

O senhor é considerado embaixador do turismo. Por qual motivo?
Eu fui considerado embaixador do turismo e também da Fenadoce. O que me empolgou muito é que lá pela década de 50 nós tínhamos a fábrica de pregos. Meus irmãos não eram muito dados para essas coisas. E lá acontecia a festa do pêssego em diversos municípios que hoje são independentes de Pelotas. Então, na hora da colheita do aspargo, principalmente do pêssego, me mandavam. Os prefeitos pediram para meus irmãos mais velhos, eu sou 11º dos 15, para prestigiar a colheita. Era um turismo muito visionário. E eu comecei a me interessar por isso, sobretudo quando eu fui empossado diretor da nossa entidade hoteleira nacional. Eu me perguntei: “Não fica mal? Porto Alegre é Porto Alegre”. Bem, naquela época, Pelotas não ficava atrás de Caxias, nem de Canoas. Eu comecei a me incorporar com isso. Aí fizemos aquelas festas, foi cinco ou seis festas do pêssego na colônia de Pelotas, e do aspargo também, quase no mesmo período.

Qual foi a edição mais marcante da Fenadoce para você?
A mais emocionante foi a quarta edição, porque nós fomos a uma palestra em São Lourenço do Sul, e tinha um programa na rádio, do Davi Bainy. Na palestra esse cara disse que o que os pelotenses mais amavam era o evento de São Lourenço do Sul e o evento de Rio Grande, e aquilo provocou nossos brios. E ali decidimos reativar a Fenadoce. Não me lembro bem que ano foi, mas me lembro que o Ministro do Turismo do Uruguai, Don Benito, garantiu que vinha para cá. E foi maravilhosa a quarta edição. Nós fizemos em 60 dias, não se faz evento assim da noite para o dia.

Como você enxerga a importância do turismo aqui em Pelotas e Região Sul?
O turismo deve ser sempre inserido na região. Não acredito no turismo isolado. E quem é que tem que assumir isso? É Pelotas. Não adianta ficar com o nome de céu da Costa Doce e não fazer nada. Não adianta nós ficarmos brigando um com o outro. Um exemplo maravilhoso disso é em Rio Grande. Em 61, fizemos a 1ª Festa do Mar, em Rio Grande, uma quermesse. A 2ª edição, em 63, uma quermesse. Depois, ficamos 27 anos sem fazer a Festa do Mar em Rio Grande. Toca o telefone, é o Ministro do Turismo do Brasil: “O que houve? 27 anos sem fazer a Festa do Mar?”. Aí fizemos a terceira Festa do Mar em Rio Grande, para mim a mais emocionante. Da ponte de Pelotas até a entrada de Rio Grande, tinha um carro atrás do outro: a força do turismo. Às vezes o turismo cresce em Pelotas, mas não se desenvolve. É preciso diferenciar o crescimento e o desenvolvimento. Nós crescemos intrinsecamente. Se nós fizermos uma análise comparativa, nós perdemos posição. O turismo é uma das saídas para Pelotas e nós temos que encontrá-la. Pelotas e região têm potencial. Agora, tem que transformar o potencial em produto turístico e vender, ir para o mercado vender.

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