O setor imobiliário em Pelotas começa 2025 com perspectivas positivas. Além do lançamento de novos empreendimentos, construções com base inovadoras voltadas para atender o déficit habitacional identificado em Pelotas a partir de uma pesquisa realizada pelo Sindicato da Construção Civil de Pelotas (Sinduscon) demonstram a existência de espaço para a criação de novos perfis de produtos.
De acordo com o sócio proprietário de uma imobiliária, Raphael Morales, mesmo em um cenário positivo, existem vários desafios para o setor. Especialmente, na área de vendas, os ligados às questões de crédito e burocracia junto a órgãos públicos. “Em específico, aqui na cidade o nosso maior desafio é a aprovação da Lei da Moradia Popular, na qual permite a construção de edifícios de até cinco andares e a isenção dos compradores do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis (ITBI)”, explica.
A questão do acesso ao crédito imobiliário vem sendo entendida como fator limitante para o poder de compra, visto as taxas de juros elevadas e inflação pressionando o poder de compra da população. “A questão do crédito imobiliário é um desafio para o setor, visto que cada vez mais os clientes têm menos recursos próprios para a aquisição dos imóveis”, avalia Morales.
Crescimento na locação de imóveis
Em função da dificuldade de acesso ao crédito imobiliário, o proprietário de uma imobiliária, Ricardo Bortovski, acredita em crescimento da área de locações. “A questão do juro alto da Selic acaba aumentando muito o valor do financiamento, por isso, a tendência é as locações voltarem a crescer”, diz.
Outra questão que também pode movimentar o setor de locações é a alta dos juros, que torna atrativa manter aplicações nos bancos, dificultando a venda de imóveis. “Entretanto, quando se compra no lançamento se compra um valor mais baixo, o que pode compensar visto a valorização do imóvel após dois, três anos”, avalia.
De acordo com dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo IBGE em dezembro de 2024, um em cada cinco brasileiros (ou 20,9% da população) mora em casas alugadas. Em 2019, o número era de 19,3% e, em 2016, 18,5%. Doze anos antes, em 1980, essa proporção era de 16,4%.
Minha Casa, Minha Vida
Para a área de vendas de imóveis, o programa do governo federal Minha Casa Minha Vida é uma das apostas do setor para reduzir o déficit habitacional de 15 mil moradias em Pelotas, em que 65% desse percentual está concentrado na faixa 1 e 2 do programa, que marca renda entre R$ 2,8 mil e R$4,7 mil.
De acordo com Bortovski, o programa representa um percentual de venda muito significativo no mercado de imóveis em Pelotas. “Desde que trocou o governo as imobiliárias começaram a trabalhar mais essa linha, porque se sabia que ia ter uma explosão de lançamentos. A princípio, 2025 também deve ter essa continuidade”.
