“Um som que já é alto para nós se torna muito mais intenso para eles”

Abre aspas

“Um som que já é alto para nós se torna muito mais intenso para eles”

Caroline Lunkes - médica veterinária

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“Um som que já é alto para nós se torna muito mais intenso para eles”
Veterinária alerta para atenção com pets no Ano Novo (Foto: Divulgação)

Com a proximidade das festas de fim de ano e o aumento no uso de fogos de artifício, cresce também a preocupação com o bem-estar dos animais. Mais sensíveis aos ruídos do que os humanos, cães e gatos podem sofrer crises de estresse, tentar fugir e até se ferir durante períodos de barulho intenso. A médica veterinária Caroline Lunkes alerta para cuidados simples que ajudam a proteger os pets, desde a criação de ambientes seguros até a atenção redobrada com alimentação e rotina durante as celebrações.

Por que o barulho de fogos é tão prejudicial aos animais?
Eles são seres muito mais sensíveis do que nós. Eles escutam em torno de dez vezes mais do que os seres humanos. Um som que já é alto para nós se torna muito mais intenso para eles. Isso pode acarretar vários problemas. Há muitos casos de cães que fogem de casa assustados e acabam sendo atropelados. No caso dos gatos, o ideal é que eles não tenham acesso à rua. Isso diminui um pouco o risco de fuga, mas eles também sofrem com o barulho.

O que os tutores podem fazer para amenizar isso?
O ideal é que os animais estivessem com alguém durante esses momentos – em uma creche, hotel ou com alguém de confiança. Dentro de casa, os animais devem ficar em ambientes fechados, mesmo aqueles acostumados ao pátio. Isso ajuda a abafar o som e oferece mais proteção. O ideal é um cômodo menor, sem rotas de fuga, com janelas fechadas e sem móveis que possam causar acidentes, como espelhos ou objetos de vidro.

Deixar um som ligado, como televisão ou música, ajuda a minimizar o barulho externo?
Sim, especialmente sons aos quais eles já estão acostumados. Ao longo do ano, é possível fazer uma dessensibilização, colocando sons de trovões ou fogos para que se acostumem gradualmente. Existem playlists para acalmar os animais, disponíveis em vários aplicativos.

Quais cuidados precisam ser reforçados com a alimentação dos animais nessa época?
É muito comum recebermos casos de vômito e diarreia causados por “um pedacinho” oferecido por uma visita ou familiar. Em casos mais graves, pode evoluir para infecções e até óbito. Felizmente, as pessoas estão mais conscientes e a maioria oferece apenas ração. Para um animal acostumado só com ração, qualquer alimento diferente pode causar desequilíbrio na flora intestinal. Açúcar refinado eles não metabolizam, então doces nunca. Chocolate jamais. Em churrascos, os animais ficam ao redor da churrasqueira e acabam consumindo gordura, sal, restos de carne, o que também é prejudicial.

Quais cuidados são essenciais em viagens com os animais?
Antes de viajar, o ideal é consultar o veterinário, conferir vermifugação, antipulgas e, se necessário, emitir atestado sanitário. Na praia, há maior risco de contato com parasitas e doenças e mudanças bruscas podem baixar a imunidade, então a carteira de vacinação precisa estar atualizada. Hoje existem medicamentos tranquilizantes que ajudam a manter o animal mais calmo durante viagens e difusores que ajudam na adaptação a novos ambientes.

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