O que leva um prefeito a sentar à mesa e discutir projetos para outra cidade?
O que leva os deputados da região e suas representações, em opostos ideológicos, a dividirem o mesmo espaço para debater uma pauta que, teoricamente, apenas um deles colherá os melhores frutos?
O que leva líderes setoriais a reduzirem a zero a distância que os separa e dialogarem em torno de uma agenda estratégica?
Pois bem. Convide todos, coloque-os no mesmo ambiente e o que temos? Superação e conquista. Foram cerca de duas horas de reunião, na sede do Jornal A Hora do Sul e da Rádio Pelotense, onde os personagens citados acima aceitaram o desafio proposto pelo Grupo A Hora: falar do futuro. Mais do que isso, planejar estratégias por um projeto único, forte o suficiente para mudar a matriz energética regional e estadual e capacitar a Zona Sul a novos investimentos: a termelétrica a gás em Rio Grande.
Exercitar a integração não é algo fácil. Sabemos disso. Ainda olhamos muito para o “eu” e os “meus”, em detrimento do “nosso”. Temos distâncias internas enraizadas pela política, ideologia e percepção de desenvolvimento. Fortes. Mas não somos fechados hermeticamente em mundos onde outros não possam pisar. Ao contrário, há bom senso e flexibilidade.
A reunião proposta pelo Grupo A Hora não foi fácil. Divergiu-se bastante, mas também se escutou muito. E todos concordaram no mesmo ponto: não podemos perder a termelétrica. Trata-se de um projeto que não depende de dinheiro público, mas da empatia pública com a Zona Sul. Nós merecemos. E aí entram nossos representantes em Brasília e os prefeitos alinhados ao governo federal, para abrir portas. Também os demais parlamentares, como importantes chanceladores da pauta. E os empresários, interessados em atuar em um ambiente moderno e inovador.
O prefeito Fernando Marroni (PT); o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT); as representações dos deputados federais Daniel Trzeciak (PSDB) e Afonso Hamm (PP); o deputado estadual Halley Lino (PT); o presidente da Associação Comercial de Pelotas, Fabrício Cagol, e os empresários Mauro Motta e Raphael Morales (Aliança Pelotas); o vice-presidente de Infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri Duarte (Aliança Rio Grande). Todos juntos ao redor de uma mesa onde a palavra convergência conduziu o propósito maior.
O empreendimento da termelétrica não depende do querer da presidência da República. A decisão é em outra esfera, técnica e jurídica. O clima é positivo para um resultado favorável no mês de fevereiro, quando teremos o movimento mais importante dessa novela que já deveria ter se encerrado. Cumpre-nos o papel estratégico nos bastidores – não deixar a pauta ser esquecida, mantê-la sob os holofotes e mostrar o interesse irrestrito.
O Grupo A Hora fez algo que nenhum outro veículo de comunicação da região fez até hoje: desafiou a lógica e promoveu o debate entre líderes antagônicos em suas convicções. Com respeito, civilidade e democracia, permitiu a todos que falassem e escutassem. E também falou. Da mesma forma, trabalhamos e desejamos a integração: ser parceiros de todos que pensam igual, independentemente das cores das bandeiras e dos bótons pregados nas lapelas.
A região é uma só, unida pelas mesmas rodovias, pontes, portos e aeroportos e até empresas. No fundo, os mesmos objetivos.
A reunião na sede em Pelotas foi emblemática. Não precisamos estar todos do mesmo lado, se A ou B. Mas podemos estar juntos naquilo que deve ser de todos: a excelência por meio do desenvolvimento social e econômico.
2025 se encerra diferente na Zona Sul. Com apertos de mão, compromissos e esperança. Uma semente foi lançada ao solo pelo Grupo A Hora.