Está aberto para o envio de propostas para a contratação de uma empresa responsável para as obras de dragagem da Lagoa Mirim. O certame estará aberto até março de 2026 e viabiliza a criação da Hidrovia Mercosul, que liga Brasil e Uruguai, e é projetada pela região há mais de 20 anos.
Os serviços previstos no edital são para a elaboração dos projetos de engenharia de dragagem e sinalização náutica, execução dos serviços de dragagem e sinalização náutica do canal navegável da Hidrovia Brasil-Uruguai, compreendendo o canal navegável do São Gonçalo, o canal do Sangradouro, o canal navegável da Lagoa Mirim, até o canal de acesso ao porto de Santa Vitória do Palmar.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável por atuar na malha hidroviária, será permitido o consórcio de, no máximo, duas empresas. O investimento total previsto é de cerca de R$ 57 milhões com previsão 23 meses para a execução dos serviços.
O canal navegável da Hidrovia Mercosul tem, aproximadamente, 251 quilômetros de extensão.
Hidrovia binacional
Ligando o Brasil ao Uruguai, o projeto histórico desta hidrovia promete melhorar a logística e a integração entre os dois países. O foco principal é tornar a hidrovia funcional e segura para o transporte de cargas.
No momento, a hidrovia binacional não possui navegação comercial, apenas a realização de alguns passeios. Na visão do presidente da Portos RS, a conexão pode favorecer o incremento no transporte de cargas e no comércio em geral entre os dois países. “Nós já tivemos algumas conversas com empresários uruguaios, que estão se motivando para fazer esses investimentos nos seus terminais, olhando toda a nossa infraestrutura”, afirma.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos, a concessão será comum entre os dois países, com prazo de 15 anos. No Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do projeto, o cronograma de construção do terminal portuário está previsto para junho de 2026.
Reflexos no complexo portuário
A concessão da Lagoa Mirim poderá aumentar o fluxo no Porto de Rio Grande em cerca de 30%. Com essa expectativa, o presidente da autoridade portuária reafirma que vê com muito bons olhos o início do projeto. Segundo Klinger, a navegação irá favorecer diretamente os portos e todos os terminais, pois é uma carga que, ao sair do Uruguai e entrar no Rio Grande do Sul, fará a movimentação pelos portos já existentes. “Hoje nós já temos terminais com a capacidade de receber essas barcaças e, consequentemente, a vamos desenvolvendo cada vez mais e gerando mais oportunidades para a nossa região como um todo”, projeta.
Sobre a agenda binacional, o presidente da Portos RS também destaca que trata-se de mais uma oportunidade para abrir um canal de conexão com o Uruguai e, consequentemente, favorecer o desenvolvimento da atividade portuária dentro do Rio Grande do Sul.
