A Biscoitos Zezé celebrou a formatura da primeira turma do projeto EJA in Company, iniciativa desenvolvida em parceria com o Sesi que possibilitou a colaboradores da empresa retomarem e concluírem o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. As aulas foram realizadas dentro da própria sede da indústria, em turno inverso ao horário de trabalho.
Na quinta-feira (18), seis colaboradores concluíram oficialmente o processo educativo. O programa teve início no segundo semestre deste ano e contou, inicialmente, com a adesão de mais de 30 funcionários. Segundo o gerente de Planejamento da Irmãos Ruivo Ltda./Biscoitos Zezé, Fábio Ruivo, o projeto nasceu a partir de um diagnóstico interno que identificou lacunas na formação escolar de parte da equipe, o que impactava diretamente as oportunidades de crescimento profissional.
“Temos uma empresa que completa 58 anos em março, que nasceu e se criou dentro de um bairro de Pelotas e que sempre teve uma relação muito próxima com a comunidade e com as pessoas que compõem o quadro de funcionários”, afirmou o gestor. De acordo com ele, o levantamento realizado no início do ano trouxe um “choque” à administração, ao revelar que muitos colaboradores não haviam concluído o Ensino Fundamental e que um número ainda maior tinha o Ensino Médio incompleto.
Oportunidade
Para a direção, o cenário não foi interpretado como falha individual, mas como oportunidade de desenvolvimento coletivo. “Pensamos que o primeiro passo para desenvolver pessoas na empresa era propiciar que elas alcançassem um objetivo de curto prazo, para depois pensar em um curso superior ou técnico”, explicou Fábio Ruivo. A partir disso, a empresa buscou o Sesi, que acolheu a proposta e viabilizou a modalidade de Educação de Jovens e Adultos dentro da fábrica, em ambiente estruturado, climatizado e adequado ao aprendizado.
A adesão surpreendeu positivamente: dos 39 inscritos, 37 permaneceram do curso. “Agora tivemos a grata satisfação de formar as primeiras pessoas fruto dessa parceria Biscoitos Zezé/Sesi”, destacou o gerente.
Estratégia
Para ele, o principal resultado vai além do diploma. “Não é só um certificado. Ele pavimenta um caminho muito sólido de prosperidade, de autoestima e de desenvolvimento familiar. O estudo traz conhecimento, segurança e envolve toda a família”, avaliou. Segundo o gestor, o projeto também refletiu em melhorias no clima organizacional. “Mudou o ânimo das pessoas, trouxe mais motivação ao trabalho”, completou.
Diante da receptividade, a empresa estuda ampliar o projeto para familiares dos colaboradores e quer estimular outras indústrias a fazer o mesmo. A iniciativa faz parte de uma estratégia de qualificação da mão de obra interna, preparando profissionais para futuras promoções e reduzindo a necessidade de buscar talentos externos para funções técnicas ou administrativas.