Há uma dor comum entre pessoas competentes. A sensação de que existe algo forte dentro delas, mas que não se traduz com a mesma força quando tentam mostrar quem são. Não é timidez e também não é incapacidade. É a impressão de que a própria história fica menor quando sai pela boca ou pela escrita. Não é mesmo? Bem, ao menos eu já vivi muito isso. Por isso, hoje vamos falar de narrativa.
Esse desencontro não acontece por falta de talento, mas sim porque muita gente nunca parou para organizar a própria narrativa. E sem narrativa clara, o valor que carregamos se dilui antes mesmo de chegar ao outro.
O mundo lê quem somos pelos sinais que oferecemos. Quando nossa mensagem é fragmentada, nossa identidade também parece fragmentada. E, spoiler: é sua responsabilidade emitir essa mensagem. As pessoas não conseguem perceber o que nos move, o que construímos e o que entregamos. E isso cobra um preço alto em oportunidades perdidas, visibilidade comprometida e reconhecimento adiado.
Organizar a narrativa da própria trajetória não é sobre inventar nada. Pelo contrário. É sobre escolher o fio que conduz a nossa história e dar a ele uma intenção. Cada vida tem uma tese central e, na maior parte das vezes, não a reconhecemos. Narrativa é clareza, e esta muda o nosso destino.
Quando entendemos nossa história, falamos com mais precisão. Defendemos melhor nosso trabalho. Criamos presença. Sabemos o que destacar e o que deixar de lado. Construímos reputação de forma consciente, em vez de esperar que o mundo adivinhe quem somos.
Se você sente que ainda não mostra o melhor de si, comece por uma pergunta simples. Qual é a ideia que atravessa sua trajetória? Não a mais bonita, mas a mais verdadeira. Uma pergunta que sempre faço em mentorias é: qual característica sua esteve sempre presente, independente da fase de vida?
Quando organizamos o que vivemos, o impacto deixa de ser acidente e passa a ser escolha. E o que antes parecia invisível ganha forma, voz e direção. Essa clareza será cada dia mais necessária, neste mundo em que constantemente competimos pelo tempo e atenção das pessoas. Por fim, compartilho algo que aprendi e sinto que fará sentido para você também: nosso mundo não muda porque falamos mais alto, mas porque falamos nossa história honrando o seu tamanho.
