Durante a última edição de 2025 da reunião-almoço Tá em Pauta, promovida pela Câmara do Comércio de Rio Grande ontem, o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no Rio Grande do Sul, Hiratan Pinheiro da Silva, afirmou que, por obrigação legal, o órgão assumirá a administração do polo rodoviário que está sob concessão da Ecovias Sul (antiga Ecosul), até dia 3 de março de 2026. Além disso, reforçou que os editais para serviços de manutenção estão sendo avaliados.
O superintendente regional apresentou um panorama atualizado das obras em andamento e dos projetos previstos para a região Sul, entre eles, a ponte entre Rio Grande e São José do Norte e a situação das BRs 116 e 392. “Com o fim de concessões de rodovias federais, a gente deve assumir os segmentos que passaram por esses processos, que é o caso do Polo Pelotas. Nós estamos com os quatro editais em fase de julgamento das propostas das empresas vencedoras, para que, em março, tenhamos quatro contratos de manutenção que irá absorver o trecho”, garante Hiratan.
Assistência ao usuário
Um dos mediadores do painel, o diretor presidente da Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, reforçou a preocupação das lideranças da Zona Sul com a possibilidade de desassistência dos usuários das rodovias, principalmente quanto ao registro de acidentes. Ao questionar o painelista, perguntou se haveria a possibilidade de uma terceirização do serviço, de forma que a responsabilidade não recaísse sobre as prefeituras. No entanto, Hiratan afirmou que o Dnit não atua com o fornecimento de ambulâncias, que isso ficará à cargo do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) através dos municípios, além da atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Corpo de Bombeiros, que já atuam em chamados nas rodovias. “Na concessão, as empresas entregam um outro tipo de serviço ao usuário. O Dnit fica com outro departamento, somente na manutenção das pistas”, diz o superintendente.
Pesquisa IPO
O presidente da Câmara do Comércio de Rio Grande, Rafael Ferreira, citou a pesquisa feita pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) para o jornal A Hora do Sul, que revelou que 85% dos usuários do Polo Pelotas são favoráveis à permanência temporária da empresa até ser realizada a nova licitação, e 57% não acreditam que a Administração Pública, por meio do Dnit, conseguirá manter a qualidade atual das estradas. Em resposta, o superintendente do órgão reconheceu a importância da pesquisa e de que os dados cheguem até o Ministério dos Transportes, que trabalha com a concessão, para que a opinião pública seja considerada no processo. “Sobre se iremos dar conta ou não, estamos trabalhando com os contratos e dependemos das liberações orçamentárias para entregar o serviço à população”, afirma.
Infraestrutura
Um dos pontos mais abordados pelo superintendente regional do Dnit foi a questão da infraestrutura que o órgão irá fornecer para a administração do trecho das BRs 116 e 392. Ele reforça que há dependência do governo federal para que haja investimentos, uma vez que o orçamento precisa passar por aprovação do Congresso.
O representante cita que vários países têm um fundo exclusivo para uso em infraestrutura e que esse não é o caso do Brasil. “A política tributária está dentro do mesmo pacote de serviços, como todos os outros e, enquanto estivermos vinculados ao teto de gastos, menos infraestrutura teremos”, destaca Hiratan.
