Maturidade para debater o futuro do Polo Rodoviário de Pelotas é tudo o que faltou até aqui, mas que não pode faltar daqui para a frente. As cartas estão sobre a mesa, com clareza e bem dispostas. A opção entre a administração por parte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit) tem seus prós e contras. Um contrato tampão com a Ecovias Sul também. E é aí que os líderes precisam liderar. Classe empresarial, política e entidades sentarem para conversar, compreender qual cenário vale mais a pena e fechar caso.
Foi assim, com a união entre as entidades, que conseguimos o avanço por diversas pautas – a duplicação da BR-116 é a principal delas. Hoje, diante da falta de clareza quanto ao futuro e da necessidade de debater já a próxima concessão, com edital sendo redigido até maio e leilão acontecendo em agosto, é fundamental que nossas cartas também estejam dispostas. Afinal, o que a Zona Sul quer? Brasília, de fato, sabe? Aliás, os nossos líderes sabem? Tudo isso precisa ser conversado, negociado, decidido e sacramentado, sob pena de mais uma vez não sermos ouvidos. Ficamos em um dos pontinhos mais distantes do Brasil. Sem barulho, nada funciona.
A pesquisa de satisfação com usuários do Polo Pelotas, revelada nesta edição de A Hora do Sul, surpreende um tanto ao mostrar que a maior parte dos entrevistados defende uma administração temporária por parte da concessionária até o vencedor do próximo leilão assumir. Obviamente, nossa maior dor também veio à tona: o preço atual é impraticável e não deve ser mantido. Ninguém quer isso. É o primeiro ponto para iniciar qualquer debate sobre o tema.
Mas a discussão deve ser guiada pela serenidade e tática. Deputados, prefeitos, classe empresarial e representantes da área do transporte devem conversar e levar em conta os interesses coletivos. Se for para renovar, que seja com clareza. Se for por uma gestão do Dnit, que seja com garantia de qualidade, o que parece muito difícil nesse momento. Não podemos, sob hipótese alguma, viver em um cenário de indefinição que pode prejudicar o desenvolvimento da nossa região e colocar vidas em risco. Por isso, fica o clamor para que os líderes liderem esse debate.
