Em meio à comemoração do título no gramado do Bento Freitas, o técnico Gilson Maciel falou sobre a conquista da Copa Professor Ruy Carlos Ostermann. Com a medalha de campeão no peito, o treinador destacou sua ligação com o Brasil e prometeu fazer uma tatuagem da taça para eternizar o momento.
“Um sentimento muito louco. Essa energia que eu tenho com o Brasil. O Brasil foi feito para estar na minha vida. Tive como atleta e hoje entro para a história como treinador. Eu vou eternizar: amanhã [segunda-feira] faço uma tatuagem dessa taça, meu primeiro título. Então tinha que ser com o Brasil. […] Mas o importante é que a gente fez a festa com o nosso torcedor aqui dentro da Baixada. Não é como começa, é como termina. Medalha no peito é valorização, eu fico feliz demais”, disse.
Foram menos de 50 dias de trabalho desde que Gilson foi anunciado para substituir Emerson Cris no comando técnico. Nesse período, acumulou cinco vitórias e cinco empates, superando três fases de mata-mata até levantar a taça.
Emoção desde a chegada
Desde as primeiras horas da manhã de domingo, a torcida rubro-negra tomou as ruas ao redor do Bento Freitas. Na chegada do ônibus com o elenco, torcedores chegaram a subir no veículo, enquanto uma multidão cercava a delegação. Ao ver a mobilização, Gilson admitiu ter se emocionado e sentido o peso da responsabilidade de não deixar o título escapar.
“Eu vou confessar pra vocês que hoje, na chegada ao estádio, eu me emocionei. Porque vem um filme, vem tudo aquilo que a gente quer, que a gente gosta de jogos importantes. E ver o torcedor. Ainda falei pra eles que a gente jogava por nós, pelos nossos familiares, mas não podia frustrar essa massa que estava aqui hoje. Eu acho que fizemos uma cidade de Pelotas mais feliz. A cidade de Pelotas hoje está bem mais feliz porque o campeão é o Brasil. O Brasil soube enfrentar as dificuldades e ter equilíbrio para ganhar o título, que era o mais importante. Eu como jogador e agora como treinador”, afirmou.
“A gente soube sofrer”
Gilson apontou o Aimoré como o adversário que mais exigiu do Brasil, especialmente no jogo de ida. O time da casa saiu na frente no Cristo Rei, obrigando o Xavante a virar o placar agregado nos 180 minutos. Uma das preocupações do treinador era a bola parada do Aimoré, justamente um ponto frágil do Brasil durante a competição. Ainda assim, ele revelou que decidiu não treinar o fundamento na véspera do jogo decisivo, confiando na concentração dos atletas em um momento decisivo.
“Eu passei o campeonato inteiro trabalhando bola parada, escanteio, falta. Jogamos na quinta, chegamos na sexta e eu falei pra eles: ‘olha, eu não vou treinar bola parada’. Talvez, na ânsia de querer acertar, tu coloca um peso, uma atmosfera de responsabilidade. Pensei em mudar a marcação para individual, mas não gosto de fazer nada que eu não treino. Tudo que é feito aqui é elaborado. Então, só coloquei no vídeo. A gente teve atenção redobrada, porque vinha tomando gols que poderiam ter nos dado maior tranquilidade. Era uma cobrança. Nesse jogo, eu disse: ‘não vou trabalhar, vamos pro jogo, vamos pro estouro’. Porque a equipe do Aimoré tem esse fundamento muito forte. E a gente soube neutralizar, a gente soube sofrer.”
Permanência para 2026
Para a temporada de 2026, o Grêmio Esportivo Brasil SAF terá novos gestores no futebol, deixando incerto o futuro dos profissionais. Gilson Maciel não esconde o desejo de permanecer.
“Eu não sei o que vai acontecer. O importante é que fiz o meu papel, fui chamado e dei conta do recado. Se vou continuar ou não, é outra coisa. O importante é que vivi 48 dias num clube que amo de coração. Amanhã eternizo fazendo uma tatuagem na perna porque eu preciso marcar essa história, que foi encerrada hoje com chave de ouro, com título. […] Se for para continuar, vou ser o cara mais feliz. Sou identificado, gosto da cidade, amo esse clube. Me emocionei hoje na chegada com os jogadores porque passa um filme. Eu não podia decepcionar essa torcida, não podia.”
