O governo federal, enfim, lançou detalhes do processo de concessão para as rodovias da Zona Sul do Estado. Embora ainda não sejam extremamente claros, é um sinal de que a coisa pelo menos vai andar. Um processo que já deveria ter sido feito no ano passado, mas o importante é que saia do papel. Antes tarde do que mais tarde ainda. De qualquer modo, é fundamental olhar com cuidado para os detalhes. É neles que moram as surpresas e, por isso, a região deve seguir atenta. Esse é um primeiro passo.
Estabeleceu-se, ao longo dos últimos anos, a ideia de que o preço do pedágio é a grande trava para o desenvolvimento da região. Sendo assim, é preciso ter muito cuidado diante disso. O processo precisa ser plenamente debatido com todos os municípios, com as comunidades diante de cada uma de suas realidades e com os usuários. O modelo free flow é uma novidade positiva, mas as concessões estaduais vêm gerando polêmica. É importante plena transparência, também para não corrermos o risco de ver um encarecimento disfarçado de diversas “microtarifas”.
Um fator positivo, entre tudo isso, são os investimentos agregados em infraestrutura. As obras ao longo do tempo são fundamentais para a evolução de uma região que se enxerga sendo o grande polo econômico do Estado na próxima década com o impulso da logística. Há, por exemplo, duplicações previstas, embora ainda não haja detalhes. É, acima de tudo, um ótimo indicativo de desenvolvimento agregado, também para tirar essa pecha que a região colocou em concessões em que se “paga pedágio”, ao invés de se agregar serviço a uma terceirização de uma propriedade pública.
Há muito tempo pela frente, que deve ser voltado ao detalhamento e à compreensão do processo que será aplicado. É o tipo de coisa que deve ser discutido à exaustão, afinal é um contrato de 30 anos e que só voltará ao debate na próxima geração. É, sobretudo, a necessidade de firmar o pé para que seja um contrato voltado ao desenvolvimento e aos interesses da Zona Sul, não apenas para o governo federal se livrar da obrigação de administrar a rodovia. Fiscalização firme e participação das lideranças e entidades será fundamental neste momento.
