Há 110 anos
O ex-escravizado de quem se sabia apenas o nome recebido no Brasil, Dominguinhos, foi uma das figuras populares da cidade de Pelotas, nos primeiros anos do século 20. O homem negro chegou em Pelotas vindo de Rio Grande, após ser trazido da Bahia.
Natural do Congo, Dominguinhos contava que chegou na Bahia já casado. Foi vendido como escravo para Rio Grande e depois para Pelotas, onde, diziam, casou-se pela segunda vez. A partir de depoimentos estima-se que tenha nascido em 1808 e morrido em 1915, com 107 anos.
Na maturidade era visto pelas ruas dançando, cantando e rindo. Mas a alegria do pequeno homem, que gostava de comer rapaduras, não era compreendida diante da vida miserável que levava. Dele diziam: “cor inconfundível do carvão, dançarino incansável”. “Nasceu quando o século 19 tinha apenas oito anos; o século expirou e ele sobreviveu…a morte parecia ter-se esquecido de o levar na onda”, escreveu um articulista na década de 1980, ao lembrar das gerações que o conheceram.
Dia da Consciência Negra
A trajetória de Dominguinhos, ex-escravizado congolês que marcou a memória popular de Pelotas no início do século 20, ecoa com força neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Sua vida, atravessada pela diáspora africana, pela violência da escravidão e pela resistência cotidiana, dialoga diretamente com o sentido da data idealizada pelo poeta gaúcho Oliveira Silveira: o Dia da Consciência Negra.
Foi justamente para romper esse apagamento que Oliveira Silveira, intelectual e militante do movimento negro, defendeu que o 20 de novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares – deveria simbolizar a consciência histórica e a resistência do povo negro no Brasil. Ele lembrava que reconhecer essas histórias é um ato político: é devolver humanidade e centralidade a pessoas que, como Dominguinhos, foram reduzidas a números, propriedades, apelidos ou breves notas de jornal. O poeta morreu em 2009, aos 67 anos de idade.
Fontes: Bibliotheca Pública Pelotense
Há 50 anos
Comunidade de São Lourenço do Sul deu início às celebrações dos centenário da Freguesia

Um dos eventos que anteciparam as festividades aconteceu na Matriz (Foto: Reprodução)
A comunidade de São Lourenço do Sul deu início, no dia 20 de novembro de 1975, às celebrações do centenário da elevação à categoria de Freguesia. Os eventos comemorativos ocorreram até 20 de novembro de 1976.
A programação foi anunciada no dia 16 de novembro de 75. A abertura foi às 6h, com Alvorada Festiva, quando foram ouvidos o badalar dos sinos e o espocar de foguetes. Às 8h30min aconteceu um desfile motorizado, percorrendo as comunidades da sede e do centro da cidade.
Às 10h aconteceu uma missa festiva na Igreja Matriz, com a presença de representantes de diferentes comunidades. O conjunto de baile Embaixador, animou a festividade, que aconteceu no salão social da Matriz, na hora do almoço.
Na história
A povoação de São Lourenço, na margem direita do arroio homônimo, foi elevada à categoria de Freguesia, economicamente criada a 20 de novembro de 1876.
Cerca de 20 anos antes, em 1858, graças ao Contrato Comercial firmado pelo prussiano Jacob Rheigantz e o Coronel José Antônio de Oliveira Guimarães, tem início a colonização alemã na região, ocupando lotes nas serras dos Tapes.
Fontes: Bibliotheca Pública Pelotense; Câmara Municipal de São Lourenço do Sul