“Chegou novembro”

Editorial

“Chegou novembro”

“Chegou novembro”
(Foto: Jô Folha)

Em uma conversa de bastidores entre um repórter do Grupo A Hora e um agente público em Pelotas, eles conversavam sobre a tranquilidade dos últimos dias no trânsito. O servidor então diz: “mas vai mudar. Chegou novembro”. E, profeticamente, acertou: a editoria de Trânsito, uma das mais movimentadas da Rádio Pelotense, tem corrido como nunca nas últimas três semanas. Mas não era profecia, nem alinhamento astral ou coisa do tipo. É conhecimento de um período em que as pessoas estão mais aceleradas e, com isso, mais desatenciosas no trânsito.

Outro dia, um jornalista comentava na Redação que fez um exercício de observação em um trecho de 800 metros entre sua casa e o supermercado onde fazia compras. Foram três “barbeiragens” que poderiam facilmente ter causado um acidente, todas envolvendo motociclistas com suas mochilas de empresa de delivery. Naturalmente acelerados, a categoria corre contra o relógio o tempo inteiro e, infelizmente, as regras de trânsito não prevalecem diante da pressa. E é aí que a coisa aperta. Uma hora a sorte deixa de estar do lado do motorista e a tragédia acontece.

Fato é que, em Pelotas, até aqui, há mais que o dobro de mortes no trânsito do que crimes violentos letais intencionais. Ou seja, a violência do trânsito é mais letal que a criminalidade hoje e, ainda assim, vemos menos preocupação do que o necessário com isso. A cidade conta com gritantes problemas estruturais hoje, o que prejudica muito um trânsito saudável. Mas o nosso grande problema, em geral, ainda é o comportamento individual e coletivo. O não respeitar a sinalização, o limite de velocidade e a competitividade presente em alguns momentos.

É necessário cobrar de maneira incessante que as autoridades tomem ações para prevenir as fatalidades, e precisamos evoluir muito nisso. Mas o comportamento é, sem dúvida alguma, a raiz de todo o problema. A cautela e o respeito são capazes de atenuar um pouco da óbvia problemática estrutural que enfrentamos. Nesse fim de ano, desacelerar talvez seja a melhor decisão para quem quer passar o Natal e Ano Novo com quem ama.

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