Safra da soja pode injetar mais de R$ 3 bilhões na economia da Zona Sul

Expectativa

Safra da soja pode injetar mais de R$ 3 bilhões na economia da Zona Sul

Após anos de perda, expectativa é positiva para a próxima colheita

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Atualizado segunda-feira,
17 de Novembro de 2025 às 08:50

Safra da soja pode injetar mais de R$ 3 bilhões na economia da Zona Sul
Previsão para a colheita da soja na região gira em torno de 1,5 milhão de toneladas (Foto: Wenderson Araujo)

Caso o clima coopere, as expectativas são positivas para a safra 2025/2026 da soja na região Sul. As estimativas apontam área plantada de 515.764 hectares, distribuídos entre 22 municípios. Em dez anos, o número de hectares cultivados cresceu 81,76%, com destaque para Piratini e Canguçu, que somam 60 mil e 57 mil hectares, respectivamente.

Com o valor médio da saca em R$ 130,00, a safra pode injetar mais de R$ 3 bilhões na economia regional, considerando a previsão de colheita em torno de 1,5 milhão de toneladas. A área plantada indica estabilidade na região e não deve apresentar crescimento em 2025/2026, diante da baixa capacidade de investimento de muitos sojicultores.

Apesar do otimismo, o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Evair Ehlert, reforça que é preciso lembrar a sequência de quebras nas safras anteriores, que abalou economicamente os produtores. “Temos um passivo a ser resgatado e esperamos que a safra 2025/2026 seja boa para poder gerar renda e superar o endividamento de muitas famílias”, afirma.

Segundo Ehlert, além do preço atrativo — a saca de soja valer o dobro da de arroz —, o trabalho mecanizado e a menor necessidade de mão de obra especializada explicam o crescimento da cultura na região. “Hoje também temos muitas consultorias especializadas disponíveis, assim como facilidade de mercado para a soja”, pontua.

Atualmente, estão semeados 23% do total estimado para o plantio da safra. Os produtores intensificam os preparativos, com a aquisição de fertilizantes, defensivos agrícolas, sementes e a manutenção de máquinas, implementos e equipamentos.

Os sojicultores realizam operações de dessecação pré-plantio. De acordo com o informativo Conjuntural do Escritório Regional da Emater Pelotas, em muitas lavouras os produtores têm optado pelo revolvimento do solo com subsoladores, descompactadores, lavração e gradagens. Também vêm ocorrendo correções de acidez através da aplicação de calcário.

Desafios

Um dos principais desafios enfrentados pelos produtores é a estiagem, responsável pelas quebras de safra nos últimos anos. A disponibilidade de irrigação mecanizada, com reservas de água e energia elétrica de qualidade, pode contribuir para ampliar o cultivo na região.

Como ainda há dificuldade para avançar na irrigação, especialmente em grandes propriedades, uma alternativa, aponta o engenheiro, é investir na qualificação do manejo do solo. “O melhor armazenamento de água é o solo”, resume.

Aumento de produtividade

Com 110 hectares destinados à soja em Pelotas, o produtor rural Mário Casali está otimista. “Pretendo colher entre 60 e 75 sacas por hectare”, projeta. Ele possui colheita mecanizada, mas ainda não conta com irrigação.

Da última safra para cá, Casali ampliou em 35 hectares a área de cultivo, após uma colheita positiva. “Não pretendo aumentar mais a área plantada, mas sim melhorar a produtividade”, explica.

Além da soja, o produtor cultiva 35 hectares de centeio e 12 hectares de milho. Para ele, o preço da soja segue dentro do esperado, porém os custos de produção continuam elevados.

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