A COP30 começa na próxima segunda-feira (10) com a promessa de reunir diversos líderes globais. O Brasil, como anfitrião e um dos protagonistas do evento, tem uma agenda bastante progressista no sentido de preservação ambiental, mas precisa dar exemplo prático. Um ano e meio após as enchentes do Rio Grande do Sul, pouquíssima coisa efetiva ainda foi feita e dependemos da sorte, além de vivermos com medo. É só ver a tensão que se instalou no subconsciente dos gaúchos com as notícias de um ciclone extratropical neste fim de semana.
Debater é fundamental, mas é urgente que esse tipo de evento traga soluções efetivas, com impactos práticos e acordos que de fato serão cumpridos. Em um mundo em constante mudança, as lideranças globais têm por obrigação tomar ações que ajudem a preservar não apenas a natureza, mas em paralelo também a vida das pessoas e a própria economia das cidades. Sentimos até hoje os efeitos do que aconteceu em maio do ano passado e estamos à mercê de que isso se repita a qualquer momento. Até quando vamos contar com a sorte?
As decisões globais são fundamentais para definir diretrizes e passos que serão tomados coletiva ou individualmente pelos países, mas um outro ponto fundamental de manter em vista é que a vida ocorre nas cidades e cada uma possui sua própria realidade. Elas devem ser levadas em consideração para que os projetos façam sentido para tais comunidades, mas também sejam implementados com boas vontades. Por isso é importante discutir não só no macro, mas também no micro as iniciativas que são tomadas para reverter a crise climática.
Fato é que há uma necessidade gritante para que mudanças sejam feitas e isso se faz com educação e postura firme dos governos. Que a COP30 seja um momento de virada de chave, e não apenas mais um evento para gerar fotos, apertos de mão, discursos fortes e resultados vazios. O clima não espera e estamos sempre a menos de um minuto da próxima grande catástrofe. Quem pode tomar decisão e não toma está sendo irresponsável.
