“O que me move é o compromisso com o projeto que estamos tocando”

Entrevista

“O que me move é o compromisso com o projeto que estamos tocando”

Gabriel Souza (MDB) é o segundo a ser entrevistado em série de reportagens com os pré-candidatos ao governo do Estado

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“O que me move é o compromisso com o projeto que estamos tocando”
(Foto: Divulgação)

A pouco menos de um ano para as eleições gerais de 2026, O Grupo A Hora deu início a uma série de entrevistas com os pré-candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul. Os questionamentos envolvem as propostas para o desenvolvimento da região Sul, além das perspectivas para o Estado, em diferentes áreas.

O segundo pré-candidato a ser ouvido foi o vice-governador Gabriel Souza (MDB). Nascido em Porto Alegre, especialista em Gestão Pública pela UCDB, mestre em Direito Empresarial e Cidadania pela Unicuritiba e doutorando em Administração pública pelo IDP. Foi deputado estadual por dois mandatos (2015-2022), tendo sido presidente do Parlamento, líder do governo e líder da bancada. Ocupa o cargo de vice-governador, ao lado de Eduardo Leite (PSD), desde 2022.

O que lhe motiva a buscar essa cadeira?

Falta muito tempo para definir qualquer tipo de situação, mas é natural que os partidos lancem seus nomes para construção de possíveis candidaturas – que vão ou não se viabilizar. Eu, como vice-governador, ainda não considero que o MDB tenha lançado meu nome. O governador Eduardo Leite disse que teria seu apoio e que seria o candidato natural para sucedê-lo. O momento agora é de governar, fazer a gestão pública acontecer e com que o governo do Estado entregue à população gaúcha as políticas públicas, obras e etc.

Não descarto concorrer a governador, não tenho nenhum problema em falar sobre esse assunto, e o que me move é exatamente o compromisso que tenho com o projeto que estamos tocando. Se eventualmente vier a ser candidato, podem ter certeza que estarei preparado para confrontar os adversários com números e dados, mostrando às pessoas o quanto trabalhamos e entregamos para melhorar a vida dos gaúchos.

Como é a rotina de um vice-governador? O que leva de aprendizado para ser governador?

O vice-governador tem que estar sempre preparado para assumir o governo, porque em qualquer hipótese de impedimento do titular, ele tem que assumir. Muitas vezes tive que tomar decisões rápidas quando estava no exercício do cargo, já que a vida é dinâmica e ninguém pode esperar respostas enquanto o titular está ausente. Por isso, o vice-governador tem que estar preparado e eu me considero preparado. Mas estou sempre aprendendo, porque sou um eterno estudante, e aprendemos todos os dias com todas as pessoas. Nunca saberemos de tudo, é importante sempre ter essa humildade para poder estar aberto a ouvir.

Como percebe a Zona Sul no cenário político-administrativo a partir de 2027?

Vou falar de uma coisa que ainda não foi resolvida, a BR-116, na qual foi encerrada a concessão nesse período. O governador deverá ter uma boa conversa com o presidente eleito para que evitemos os erros cometidos no passado, que resultaram no pedágio mais caro do país e que não foi proporcional à qualidade da rodovia. Também temos o Porto de Rio Grande, teremos investimentos privados pela CMPC no Porto de Pelotas, criando um novo porto em Barra do Ribeiro, e agora no Porto de Rio Grande, onde cada vez mais é necessário discutir logística e dragagem. Estamos trabalhando na atração de um grande investimento para a região. Não posso dar detalhes por questões de disputas do investimento, mas o Estado está trabalhando nisso.

E no que compete ao processo de transição energética da CRM, a mineração em Candiota, uma cidade que depende muito da usina?

Somos favoráveis à mineração de carvão na região, já que temos uma das maiores reservas carboníferas do país, mas temos que fazer a transição energética. O governo do RS é o que mais investiu em preparação para se tornar líder nacional em hidrogênio verde, somos o único Estado que tem um estudo de viabilidade para isso. Temos plenas condições de desenvolver nesse sentido, em especial na Zona Sul, com os projetos de offshore de energia eólica, que serão torres instaladas no mar. O Rio Grande do Sul também está produzindo muito etanol, aumentando sua produção de biocombustíveis, e assim por diante.

Porém, não podemos esquecer a atividade mineradora da CRM, por isso a importância de manter essa atividade enquanto a transição acontece – o que chamamos de transição energética justa. Tenho falado com o prefeito de Candiota, o Luiz Carlos Folador, porque a mineração é importante e não temos que envolver questões ideológicas. Não é lógico encerrar a atividade enquanto não há solução para que as pessoas que lá trabalham, eventualmente, possam ir para outra área substituidora da atividade mineradora.

Por que o seu nome seria uma boa alternativa para o cenário político de 2026 e para a construção de um Estado que dialogue com o desenvolvimento socioeconômico em todos os seus aspectos?

Acho que, mais importante que o CPF – a pessoa física que será o rosto da defesa política no ano que vem – é a defesa política desse projeto que está em andamento. Porque demoramos para voltar a ver o Rio Grande do Sul com condições de fazer investimento. Nós zeramos a dívida do Caixa Único em 2024 e aumentamos esse investimento, que era de 2% ou 3% – um dinheiro que não existia. Essa confusão que ficamos por anos acabou. Nós botamos as contas em dia, no ano passado, investimos quase 11% da receita corrente líquida. Quero que esse projeto tenha condições de vencer as eleições. E, sendo necessário a apresentação do meu nome, vou estar pronto – e não descarto essa possibilidade. Acho apenas que temos que esperar o desenrolar dos acontecimentos e a definição dos nomes. Eu estarei do lado daquele projeto que me parece o melhor para o Rio Grande do Sul, que converse com todos, mas tenha a posição firme de levar o Estado com responsabilidade com as contas públicas, fazendo investimento, promovendo melhorias e tendo dinheiro em caixa.

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