Às vésperas da 7ª Festa Municipal do Morango, a 9ª Feira Municipal do Morango, com bancas para comercialização direta entre produtor e consumidor em Pelotas, atingiu, em um mês de vendas, 55,83% do total de três meses de 2024. De 3 de outubro até o domingo foram comercializadas, neste ano, 7.944 quilos da fruta in natura. Nos quase 90 dias de feira no ano passado, o total foi de 14.228 quilos. A chefe do Setor de Apoio à Agricultura Familiar, Rejane Jorge, da Secretaria de Desenvolvimento Rural de Pelotas, fala sobre esse momento da safra.
A Feira do Morango vendeu quase oito toneladas em um mês. O que explica o desempenho positivo?
O resultado muito positivo se explica pela união de vários fatores, temos uma safra maravilhosa, o tempo colaborou bastante e os produtores têm grande parte nesse resultado, porque eles aplicam toda a tecnologia que a extensão tem repassado a eles. Então a gente tem esse produto de excelente qualidade que está sendo comercializado nesses pontos.
A Feira é uma vitrine ou âncora da renda? Os produtores são dependentes desse momento de safra ou é um complemento?
Olha, o produtor acaba se aproveitando desse momento porque a gente fala muito que nós temos atravessadores que muitas vezes pagam um preço baixo para o produto. E nesse momento, o produtor comercializa direto por um preço mais acessível e o consumidor adquire também um produto com menor valor, sem intermediário. Isto facilita bastante. Nós tivemos um período que, segundo comentários dos produtores, tinham atravessadores que estavam oferecendo R$ 8,00, R$ 10,00 pelo produto que eles estavam comercializando na feira a R$ 27,00 o quilo. E isso ele sai ali da feira já com o dinheiro no bolso. Então, esse papel da comercialização, de buscar mercado para os produtores, a Secretaria tem essa tarefa também, para que o produtor seja melhor remunerado, porque o custo de produção é alto. Então, ele precisa também ter um lucro bom para poder investir mais ainda na atividade, tendo retorno e se motivando cada vez mais a investir na atividade. O nosso município já pulou para terceiro maior produtor de morango do nosso Estado. Foi uma evolução. Porque nós temos essa parceria muito efetiva, prefeitura, Emater, Embrapa, Sindicato dos Trabalhadores Agricultores Familiares, todas essas instituições com o mesmo objetivo e trabalhando em conjunto, visando o desenvolvimento econômico e sustentável desses produtores na zona rural. Por isso que eu falo que é uma união de esforços com um único objetivo: fixar o produtor na zona rural, sendo melhor remunerado com a comercialização do seu produto.
O que muda para um produtor, quando passa dessa venda na feira pra conseguir contratos em confeitarias ou nos mercados mesmo que vendem ali os morangos na bandeja
A feira acaba sendo uma vitrine realmente. Sabemos sabe e até muitas vezes a gente auxilia, têm muitos comerciantes de confeitarias, até mesmo de fruteiras, que vêem esse produto e fazem esse contato com eles e já acertam as entregas semanais ou quinzenais, então isso é muito bom porque a vitrine e a comunicação, a propaganda que é feito, os veículos de comunicação também auxiliam bastante. As rádios estão sempre divulgando e a gente procura sempre repassar as informações. E aí vocês divulgam, e isso aí vai se propagando e vai atraindo cada vez mais pessoas. Hoje mesmo, ali no Largo do Mercado, o pessoal tá preocupado se vai ter morango no sábado. Só que no sábado é a festa. Sábado e domingo é a festa lá no Morada do Sol. Então o produtor, que ele também vai estar lá, mas o consumidor já tá preocupado. ‘Ah, eu não vou ter morango no sábado’. Então, isso acaba sendo muito bom, porque o consumidor também tem esse direito de escolher. O produtor colhe esse morango no dia da feira, poucas horas antes. A fruta chega aqui na cidade, um produto fresquinho, ele não precisa enfrentar quilômetros de distância até chegar ao consumidor. E aí com certeza a qualidade, a aparência acaba sendo melhor, isso é muito bom e cada vez mais está valorizando o produto cultivado aqui no nosso município.
O morango, os derivados do morango, estão chegando na merenda escolar também. Quais são os planos de vocês, imagino que ainda pra esse ano, mas pra especialmente 2026?
Nós temos vários grupos de trabalho, que estão sempre participando de reuniões com produtores e com as instituições para divulgar e ofertar produtos. Existe no nosso município políticas públicas de aquisição de alimentos da agricultura familiar.
Então isso também é levado pra esse grupo. E aí as outras instituições também ficam conhecendo mais. E aí o produtor também pode fazer uma produção programada para poder atender mais clientes para o próximo ano. Dá pra prever.
