O governo do Rio Grande do Sul pagou antecipadamente nesta segunda-feira (03), 90% do 13º salário dos servidores vinculados ao Poder Executivo. O valor restante será quitado até 19 de dezembro. O saldo representa uma injeção de quase R$ 2 bilhões na economia do Estado, pois especialistas acreditam que o bônus natalino será usado para o consumo.
De acordo com o governo do Estado, a medida faz parte de uma política de valorização do funcionalismo. Em nota, afirma que regularização do 13º sempre foi um direito dos servidores e uma obrigação do Estado, mas durante anos a instabilidade fiscal tornava seu pagamento um desafio.
“As reformas que implementamos foram fundamentais para que hoje o Rio Grande do Sul possa garantir previsibilidade e respeito aos servidores, com salários e 13º em dia”, destacou o governador Eduardo Leite(PSD).
Como gastar
De acordo com o professor de Economia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Marcelo Passos, a maior parte do 13º salário é destinada ao consumo, o que aquece o comércio, os serviços e contribui para a geração de empregos temporários, principalmente durante as festas de fim de ano. Por outro lado, ele alerta que famílias endividadas que utilizam o benefício apenas para consumo podem agravar sua situação financeira. “A decisão racional seria destinar a maior parte do recurso para abater dívidas ou antecipar parcelas, evitando inadimplência e desgaste patrimonial”, afirma.
Para o professor, não existe melhor aplicação de recursos para uma pessoa endividada do que abater a dívida ou pagar antecipadamente parcelas da dívida. “Então tem essas duas facetas: por um lado melhora a economia, por outro pode piorar sensivelmente a situação financeira e até patrimonial, para os endividados.”
Para estabilizar as contas
Ainda conforme o governo, a antecipação do 13º salário não só reforça a previsibilidade e estabilidade para os servidores, como também fortalece a economia local e regional, promovendo um efeito positivo no comércio e no setor de serviços. Com esta medida, o governo do RS consolida uma política de valorização do funcionalismo, garantindo que os servidores recebam seus direitos com regularidade e que os recursos públicos sejam utilizados de forma planejada e responsável.
Antes era parcelado
Historicamente, o pagamento do 13º enfrentou dificuldades. Durante os piores anos da crise fiscal, os servidores recebiam o benefício em até 12 parcelas ao longo do ano seguinte, acrescidas de indenizações por atraso. Entre 2015 e 2020, o Estado desembolsou quase R$ 1 bilhão em indenizações, recursos que poderiam ter sido investidos em serviços públicos.
