A racionalidade precisa prevalecer

Editorial

A racionalidade precisa prevalecer

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A racionalidade precisa prevalecer
(Foto: Jô Folha)

Desde a megaoperação da última semana no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos em ação policial contra bandidos do Comando Vermelho, a segurança pública virou um dos grandes debates do país. Tema mais do que necessário, ele é fundamental em um país que ainda está entre os 20 mais violentos do mundo. Mas, como tudo, esse tema não pode ser movido por paixões, cegueiras ideológicas ou populismo de qualquer sabor. Pelo contrário, a estratégia e a racionalidade são fundamentais para se vencer uma batalha em que o próprio país vem perdendo de goleada há décadas.

Na última sexta-feira o comandante Alexander Pereira Cardozo, que lidera o CRPO Sul, esteve na Rádio Pelotense e citou por diversas vezes a palavra inteligência. E, se tem algo que a nossa região pode ensinar para todo o Brasil, é justamente o uso da estratégia para combater a criminalidade. Há quem ainda não aceite, também por olhar com lentes ideológicas, mas os resultados do Pacto Pela Paz são um fato consolidado. Uma cidade que saltou da casa dos 120 homicídios em 2017 para apenas seis (até ontem) em 2025 tem algo a dizer e precisa ser ouvida.

Na discussão apaixonada de nível nacional, todos os lados têm um pouco de razão e um pouco de alucinação. Sim, o Estado não deve matar pessoas, por óbvio. Não temos pena de morte institucionalizada e devemos seguir o devido processo legal fundamentalmente. Sim, o Estado brasileiro também precisa ser mais duro no combate à criminalidade e entrar com força para estancar o avanço de facções. Ao mesmo tempo, entra ano, sai ano e as estratégias passam por programas de governo, nunca de país. E, em uma estratégia de segurança dividida entre União e estados, é muito comum ter esses desencontros, como vimos no Rio. Mais uma vez, por ideologia.

O Brasil só vai ir em frente na pauta da segurança quando contar com um plano nacional firme, sólido e que seja seguido do Oiapoque ao Chuí. Que seja pensado em gerar resultados, e não em agradar bases eleitorais. Um grande pacto, que envolva gestores, policiais e lideranças locais. Se não, estaremos fadados a eternamente enxugar sangue, recarregar armas e apontar dedos.

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