“A região Sul está sendo depreciada pelo atual governo”

Eleições 2026

“A região Sul está sendo depreciada pelo atual governo”

Tenente-coronel Zucco (PL) é o primeiro a ser entrevistado em série de reportagens com os pré-candidatos ao governo do Estado

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“A região Sul está sendo depreciada pelo atual governo”
(Foto: Divulgação)

Há pouco menos de um ano para as eleições gerais de 2026, O Grupo A Hora deu início a uma série de entrevistas com os pré-candidatos ao Governo do Rio Grande do Sul. Os questionamentos envolvem as propostas para o desenvolvimento da região Sul, além das perspectivas para o Estado, em diferentes áreas.

O primeiro pré-candidato a ser ouvido foi o deputado federal Tenente-coronel Luciano Zucco (PL). Nascido em Alegrete, ingressou no Exército Brasileiro onde graduou-se em Ciências Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN). Estreou na política em 2018, quando foi o deputado estadual mais votado, com 166.747 votos. Suas principais áreas de atuação são segurança pública, educação e saúde.

Porque quer ser governador do Rio Grande do Sul?

Nós estamos nos apresentando como pré-candidato diante de um grupo. Somos um grupo que acredita que os últimos 40 anos de projetos e formas de governar idênticas trouxeram um resultado muito claro: o Rio Grande do Sul é o Estado que menos cresceu nestes anos. O PIB que menos cresceu, entre todos os Estados, é o do Rio Grande do Sul. Isso faz com que tenhamos uma estrutura e uma logística com deficiência, uma educação que está muito aquém do que já foi um dia. Precisamos virar esse jogo, as mesmas ideias não nos levarão a resultados diferentes.

Neste sentido, a gente se propõe, não como Pessoa Física, mas enquanto um grande grupo de pessoas que estão se unindo em torno de ideais para termos, novamente, um protagonismo do nosso Estado. Sempre começo falando que o candidato não é o deputado federal Zucco, é o Rio Grande do Sul, que precisa ser vendido para o Brasil e o mundo de forma diferente e só estamos perdendo espaço em diferentes áreas.

Como seria um plano de governo do PL? Quais seriam os pilares e áreas estratégicas?

Está cedo para falar em plano de governo, mas diria, com certeza, que nós precisamos ter um impulso na infraestrutura, trabalhar outros modais que não só o rodoviário. Temos a hidrovia – seja a da Lagoa Mirim e Lagoa dos Patos – que devem ser analisadas e ferrovias, que em décadas anteriores tínhamos 4 mil quilômetros e hoje não chegamos a 900 quilômetros efetivos, fruto de péssimas concessões. Precisamos de obras estruturantes de aeroportos e portos, e melhorar as condições para atrair investimentos. Hoje em dia é muito difícil uma empresa querer se alojar no Rio Grande do Sul, fruto das gestões vigentes.

Na educação, o atual governador apresentou um decreto, que possibilita que nossos jovens rodem em quatro matérias e passem de ano, tudo para maquiar os números da educação. É o Estado do Centro-Sul que menos investe em educação.

Além disso, vamos trabalhar na atração de investimentos, olhar menos para pagar a dívida.

Quais os planos para a região Sul?

A gente precisa ver quais as burocracias que estão travando a metade Sul. Não só a produção de pêssego, a indústria doceira e produção de arroz, precisamos analisar o lado industrial da região, ver o que está sendo travado no bioma Pampa, onde muitas vezes se usa essa narrativa do meio ambiente para atrapalhar, ver como a Fepam pode ajudar esse desenvolvimento. Podemos avançar ainda mais e fazer, finalmente, a ponte que liga Rio Grande e São José do Norte para potencializar ainda mais o porto. É uma região que está sendo penalizada pelas concessões, por pedágios caríssimos. São inúmeros temas que a gente precisa investir e analisar, como, por exemplo, a saúde, com o descaso dos governos estadual e federal no envio de recursos para o novo Pronto Socorro de Pelotas.

Qual a visão sobre os pedágios?

A concessão é uma realidade no país, termos uma concessão bem feita ajuda, ao exemplo do que é feito em São Paulo. Aqui temos a clara visão de que esse governo não sabe construir uma boa negociação. O Tribunal de Contas do Estado aponta erros técnicos no cálculo da tarifa da concessão. Precisamos analisar com calma para ter critérios técnicos. Hoje estamos baseados no modal rodoviário, deixando a ferrovia de lado, o que traz uma logística cara. É preciso fazer um estudo detalhado que traga benefício.

O desenvolvimento de estradas e ferrovias depende mais de um investimento do Estado ou privado?

Nós temos vários Estados dentro de um só, a realidade das concessões são diferentes, e precisamos entender que os recursos são mínimos para investimentos. Infelizmente são décadas de dívidas construídas por péssimos acordos. Nós poderíamos estar com um pagamento muito menor. Negociações que foram feitas por outros estados mostram isso, A primeira coisa que o próximo governador precisa é sentar com o governo federal e renegociar. Não vamos conseguir investir se não tivermos uma negociação clara. Hoje teríamos uma base muito clara pela iniciativa privada, já que os cofres do Estado não permitem grandes avanços.

Como está o alinhamento para pré-candidato a vice-governador?

O Partido Novo já está construído, mas é uma intenção que a gente permaneça nesta parceria. Temos conversas avançadas com o Partido Republicanos, e, logicamente, o objetivo maior é a parceria com o Progressistas, que é um partido enorme aqui no Estado de centro-direita, que tem quadros qualificados que podem ser apresentados na cadeira de vice-governador.

Quais os valores poderão aparecer em um futuro governo?

Nós temos a clara visão de que a segurança pública é um tema presente, vemos a esquerda vitimizando os criminosos, temos um lado muito claro que são pelos operadores da segurança, que doam suas vidas em prol da sociedade.

Na educação, temos hoje um governo que quer maquiar seus números. Queremos um governo técnico, estamos conversando com economistas renomados, Paulo Guedes nos assessora, e estamos voltados para a liberdade econômica na busca de investimento em prol do Rio Grande do Sul.  A região Sul está sendo depreciada por este governo e vamos ter outro olhar para a região.

Como administrar o cenário de popularidade?

Pesquisa é retrato de momento, vejo como positivo pelo trabalho de deputado federal e estadual. No entanto, temos um longo caminho, percorrendo o Estado para entender como melhorar, e a responsabilidade de falar a verdade com a população. Para isso, temos uma viagem prevista para a região Sul, vamos escutar o comércio, a indústria e o porto. Vamos apresentar um plano de governo que traga um protagonismo ao Rio Grande do Sul.

 

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