Deixei escapar e agora o que resta é a nostalgia

Opinião

Aléxia Porto

Aléxia Porto

Poetisa

Deixei escapar e agora o que resta é a nostalgia

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Me pego muitas vezes sendo dolorosamente refém da nostalgia, pois sinto os cheiros da minha antiga vida na rotina dos dias.

Como se minhas versões e os meus fantasmas estivessem escondidos na brisa, sussurrando lembranças e palavras para que eu escreva poesia.

Entretanto, há coisas que transbordam, porque nem tudo cabe dentro do peito, e me perco em gravar os raros momentos por tanto tempo.

No silêncio, em segredo, guardo uma fotografia bonita em minha gaveta de memórias para me permitir escorrer lágrimas ao lembrar de cada pessoa.

Se a vida fosse um papel, escreveria tudo a caneta, porque eu nunca consegui apagar uma vírgula ou letra sequer, nem mesmo os erros.

Guardo na memória, os cheiros, os nomes e os amores que moldaram e transformaram quem eu sou.

Sinto que já fazem parte de mim cada início e fim.

Ao voltar a lugares que já estive antes, noto ecoar a presença da minha versão antiga, mas sigo em frente, renovando cada experiência.

Afinal, aprendi que independentemente do quão feliz eu já tenha sido, o tempo não cria raízes nos lugares onde deixei escapar.

A nostalgia é a dádiva de possuir uma boa memória de uma vida eternizada na alma.

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