A magia do rádio em Pelotas: o retorno do Bra-Pel à Pelotense

Lobo e o Xavante

A magia do rádio em Pelotas: o retorno do Bra-Pel à Pelotense

Clássico marca o reencontro da rádio com a paixão do futebol da cidade

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Atualizado sábado,
01 de Novembro de 2025 às 19:44

A magia do rádio em Pelotas: o retorno do Bra-Pel à Pelotense

O clássico de Pelotas está de volta às ondas da Pelotense. Neste final de semana, Brasil e Pelotas se enfrentam pela Copa Ruy Carlos Ostermann, um encontro que ganha temperos históricos com o retorno da rádio à transmissão de um dos maiores duelos do interior do Estado. A rádio, que celebra seu centenário, retoma o hábito que moldou gerações de torcedores e acentuou a rivalidade entre o Lobo e o Xavante.

Para o coordenador da rádio, Fabiano Conte, o retorno da transmissão do Bra-Pel é um momento de grande significado para a emissora e a cidade. Ele destaca a lacuna sentida pelos ouvintes nos últimos anos, com gerações de torcedores de Brasil e de Pelotas acompanhando as transmissões de jornadas esportivas pela Pelotense.

Conte reforça a importância do rádio na criação de um clima especial para o confronto. Ele defende que o rádio permite a potencialização do brilho do confronto durante a semana e também no dia do jogo, o que gera um clima para o clássico. Além disso, ressalta a paixão dos torcedores da dupla Bra-Pel, possivelmente “as torcidas mais apaixonadas do interior do Rio Grande do Sul”.

A emoção de narrar a história

O narrador da Pelotense, Zé Tonini, descreve a ansiedade e a responsabilidade de narrar seu primeiro Bra-Pel pela Pelotense. Segundo ele, o sentimento é um misto de ansiedade e animação. “Segurar um microfone tão pesado, com tantos bons narradores que já passaram pela rádio, e nesse recomeço, tendo o Bra-Pel com as duas equipes bem, eu vejo com muito otimismo”, conta.

O narrador sabe o peso de sua voz no imaginário do torcedor. Ele tem noção da responsabilidade que carrega em contar a história de mais um clássico que deve ficar registrado na cabeça de cada ouvinte. “Uma responsabilidade imensa”, atesta, “porque não pode errar, ainda mais em clássico. A gente tem que estar muito preciso sempre.”

O rádio, o clássico e o tempo

O historiador Mário do Amaral, formado na UFPel com um trabalho sobre a história do futebol pelotense, explica que a relação entre o duelo e a Rádio Pelotense é tal como a fusão de dois elementos para forma um só. A Pelotense foi fundada em 1925, e o Bra-Pel, iniciou em 1913. “Em todo o Bra-Pel, a Pelotense fazia coisas fantásticas. Tinha preparações, programas semanais, etc.”

Ele confirma que o rádio, ao longo do tempo, ajudou a moldar a rivalidade do clássico. Além disso, guardou a memória afetiva dos jogos. Já falando da nova fase da emissora e o jogo de domingo, o historiador destaca que a Pelotense teve a capacidade de se adequar ao tempo, incorporando novas tecnologias como a transmissão por vídeo, no YouTube, sem perder a essência. “O rádio teve a capacidade de se adequar ao tempo.”

O sentimento do torcedor e a paixão do ex-presidente

O torcedor do Brasil, José Inácio Silva, 59 anos, cresceu ouvindo a rádio e vê a Pelotense como uma companheira: “A rádio me marcou quando eu era criança e ao longo do tempo se tornou um hábito.” Para ele, a transmissão é o que fica, independentemente do resultado.

Álvaro Azocar, ex-presidente do Pelotas, que já acompanhou o clássico como dirigente e torcedor, celebra a volta da emissora. “A volta da Pelotense ao cenário da nossa cidade foi muito importante. A Rádio Pelotense sempre prestou um ótimo serviço ao nosso futebol da cidade. E isso tem um valor imenso porque o nosso povo gosta muito de futebol.”

O jogo e a transmissão

A Rádio Pelotense prepara uma ampla cobertura neste domingo, com programação especial a partir do meio-dia. A emissora acompanhará a concentração, realizará entrevistas, seguirá as delegações e registrará a chegada das torcidas, culminando com a transmissão da partida às 16h.

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