Mecanismos de controle são urgentes

Editorial

Mecanismos de controle são urgentes

Mecanismos de controle são urgentes
(Foto: Jô Folha)

A coletiva do Ministério Público sobre o caso de desvios no Pronto Socorro de Pelotas joga luz sobre diversos pontos que precisam ser aprimorados na administração pública, não só de Pelotas, mas a nível geral. Alguns dos fatos levantados pela investigação da Operação Contágio são estarrecedores. A facilidade com que um único servidor, indicado politicamente, desviou recursos milionários de um órgão público. E, não fosse por um olhar atento de outro servidor, isso talvez estaria ocorrendo até hoje.

É sempre importante lembrar que, não fosse a hábil percepção do então diretor do Hospital Universitário São Francisco de Paula, Márcio Slaviero, as notas duplicadas teriam passado por todos os demais mecanismos de controle do município. A prefeitura, imediatamente, procurou o Ministério Público, dando origem à investigação. E é importante ressaltar isso para não sermos injustos com o todo. Mas, ainda assim, é preciso fazer a crítica à facilidade com que Misael Aguiar da Cunha cometeu os crimes, já confessados por ele.

A lição que fica é a necessidade de todo o zelo do mundo com recursos públicos. O contrato administrativo atual do Pronto Socorro já é um grande ornitorrinco jurídico e, felizmente, em breve deixará de existir, quando a sede mudar para o novo prédio da avenida Bento Gonçalves. No entanto, o aprendizado deve ficar e servir de alerta para outras frentes. Em quais outros órgãos do município, do Estado, da União, é tão fácil roubar tranquilamente? Quais os mecanismos que temos para evitar que isso aconteça?

Há ainda que se considerar a vilania extra no que envolve crimes contra a saúde em uma cidade em que as pessoas morrem na fila de espera por atendimentos. É preciso que a punição seja severa e as investigações avancem até o último dos envolvidos. Aparentemente, pelo que indicou o MP, era uma questão de oportunistas que viram uma chance a abraçaram. Mas, de qualquer forma, os mecanismos devem ser amarrados com ainda mais força para que não existam quaisquer outras oportunidades para criminosos lesarem recursos públicos e, como consequência, afetar a vida de tantas pessoas que precisam dos serviços.

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