Professoras são afastadas após denúncia de maus-tratos a alunos

Investigação

Professoras são afastadas após denúncia de maus-tratos a alunos

Caso está sendo investigado pela Delegacia de Proteção à Crianças e ao Adolescente (DPCA)

Por

Atualizado quinta-feira,
30 de Outubro de 2025 às 17:50

Professoras são afastadas após denúncia de maus-tratos a alunos
(Foto: Divulgação)

Pais de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Pelotas registraram denúncias de maus-tratos e bullying em uma escola infantil da cidade. Segundo os relatos, crianças teriam sofrido agressões verbais e descuidos no ambiente escolar, que motivaram a investigação policial.

As mães das vítimas decidiram registrar o caso após perceberem mudanças de comportamento nos filhos, como agressividade e sinais de medo, que não condizem com o ambiente familiar. Para documentar as ocorrências, uma das mães utilizou um gravador escondido dentro do brinquedo de uma das crianças, que acabou registrando áudios com xingamentos e comportamento inadequado de professoras.

“Ali tem diversos relatos de bullying. Uma das professoras dizia que eu sou louca e desequilibrada, associando minha filha a isso. É muito doloroso ver um bebê de dois anos e cinco meses sendo tratado dessa forma”, conta uma das mães, profundamente abalada. Ela relatou ainda episódios de negligência, como a recusa em aplicar pomadas necessárias para condições médicas já diagnosticadas.

A denúncia foi registrada na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), onde a delegada responsável, Lisiane Mattarredona, abriu inquérito pelo crime de maus-tratos. “Vamos ouvir as mães, testemunhas e as investigadas, além de analisar todo o material de áudio. O inquérito tem prazo legal de 30 dias, mas receberá prioridade máxima”, explicou a delegada. A pena para esse tipo de crime varia de um a cinco anos de prisão, segundo alterações recentes na legislação.

A Secretaria Municipal de Educação (SME), por orientação da Procuradoria-Geral do Município, informou que os profissionais envolvidos foram afastados preventivamente, garantindo a proteção das crianças e a imparcialidade da apuração. A pasta destacou que a medida não substitui decisões do Poder Judiciário e reforçou o compromisso com os direitos das crianças e adolescentes, bem como com a integridade de todos os profissionais.

As famílias afirmam que não vão parar enquanto não houver justiça e pedem acompanhamento psicológico para as crianças e apoio no enfrentamento desse momento delicado. “É um momento muito pesado, mas não vamos desistir até que a situação seja esclarecida e as crianças estejam protegidas”, destacou uma das mães.

 

Acompanhe
nossas
redes sociais