Zeca Netto surpreende comunidade pelotense com ataque no final da madrugada

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Zeca Netto surpreende comunidade pelotense com ataque no final da madrugada

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Há 102 anos

A comunidade de Pelotas mal começava a acordar quando foi surpreendida pelo ataque das tropas do general maragato José Antônio Mattos Netto, Zeca Netto (1854-1948). A ação, que começou por volta das 5h do dia 29 de outubro de 1923, foi motivada pela Revolução de 23 no Rio Grande do Sul.

O ataque ao município durou cerca de seis horas. A Revolução de 1923 tinha o objetivo de derrubar o presidente (governador) do Estado, Borges de Medeiros, eleito em 1922. O conflito armado durou 300 dias e dividiu os gaúchos: os federalistas, maragatos, liderados por Joaquim Francisco de Assis Brasil, e os republicanos, também chamados chimangos, de Medeiros. O conflito chegou ao fim com a assinatura do tratado de paz de Pedras Altas, que pacificou o Estado.

Bagé ou Pelotas

General maragato optou pelo município central (Foto: Reprodução)

A chegada dos revolucionários foi caracterizada por uma tática de guerrilha, que tinha o objetivo maior de aterrorizar a comunidade. Apesar de ter ficado durante seis horas em Pelotas, a tropa de Zeca Netto não chegou a dominar a reação governista de contingente do 1º Corpo Provisório abrigado na Sociedade Agrícola de Pelotas, ao comando do Capitão Orlando Cruz.

A invasão começou com as duplas vindas pelo Fragata, subindo pela atual Duque de Caxias, chegando na praça 20 de Setembro. Alcançando a atiga Sociedade Agrícola (atual Cosulati) situada entre a Usina de Bondes da Light e a atual Escola Técnica Federal. Esta última, na época chamada Escola de Artes e Ofícios, também abrigava um contingente governista do 1º Corpo Provisório da Brigada Militar.

Conquistar Pelotas, a segunda cidade do Estado e centro de operações do Governo do Estado, foi um objetivo visado em três ocasiões pelos revolucionários para chamar a atenção do Brasil para a causa pela qual lutavam e tentar assim uma intervenção federal no Estado.

Em suas memórias, Zeca Netto, falou sobre a decisão de tomar Pelotas ao invés de Bagé: “Bagé é uma praça de guerra e ponto de defesa de nossas fronteiras desde os tempos do Brasil Colônia. E Pelotas é uma cidade central e comercial e que se encontra no momento sem defesa. Pois quem a defende com suas metralhadoras é o tenente Coronel Emílio Massot que por ordem superior seguiu para a região serrana para completar o cerco da força do General Honório Lemos.”

Saldo

Ao final do ataque, a Coluna do General Zeca Netto foi reunida na Tablada, próximo do atual Aeroporto. O grupo partiu em direção a São Lourenço do Sul. Conforme a monografia do coronel Claudio Moreira Bento, o centenário em 29 de outubro de 2023 da tomada de Pelotas pelo general Zeca Netto, o líder revolucionário de 1923 contabilizou quatro mortos e 17 feridos nesta operação. O saldo positivo teria sido a aquisição de “material bélico, além de 160 cavalos e 102 arreios”.

Por outro lado, entre os munícipes quase 15 pessoas morreram, entre elas: o Tenente Vernetti sub intendente do 1º Distrito e três oficiais, o Major Aldrovando, o tenente Henrique Leão e o alferes Utalis Soares, além de um guarda municipal e seis soldados do 1º Corpo Provisório. Ainda há registro da morte de quatro transeuntes e sete feridos, incluindo quatro mulheres.

Há 50 anos

Diretor Hammes leva ao Colégio Pelotense exposição sobre Strauss

Conhecido como o “rei da valsa” (Foto: Reprodução)

Uma exposição no Colégio Pelotense apresentou aos alunos um pouco sobre a vida e a obra de Johann Strauss II, compositor austríaco conhecido como o “rei da valsa”. A montagem foi uma iniciativa do, então, diretor da instituição, professor Wallney Joelmir Hammes.
A mostra foi oferecida pela embaixada da Áustria, em comemoração aos 150 anos do compositor, celebrados em 1975. O músico nasceu em 25 de outubro de 1825 e este ano o mundo da música lembra a passagem dos 200 anos de nascimento.

Também reitor

O professor Hammes foi ainda professor e reitor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Considerado uma das grandes personalidades da UCPel, era bacharel e licenciado em Letras Anglo-Germânicas pela Faculdade Católica de Filosofia de Pelotas. Foi na Instituição que, em 1960, iniciou o magistério superior e se especializou em Linguística Aplicada. Dedicou-se ao ensino de Inglês, Alemão, Latim e Português, lecionando em diversas escolas de ensino fundamental e médio da cidade de Pelotas.

O professor foi reitor no período de 1997 a 1999 e, de 2002 a 2010, ocupou o cargo de diretor da Editora Educat. Hammes morreu em 4 de setembro de 2011.

Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; UCPel

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