Pelotas precisa cuidar do seu pêssego

editorial

Pelotas precisa cuidar do seu pêssego

Pelotas precisa cuidar do seu pêssego
(Foto: Jô Folha)

A cadeia do pêssego da Zona Sul é responsável pela maioria esmagadora da produção nacional. 95% da fruta é colhida aqui. Basicamente, quando alguém come pêssego brasileiro, ele passou pelas nossas lavouras. Por isso, a valorização da produção é tão fundamental: o agricultor precisa se sentir estimulado a manter a produção. É uma cultura praticamente artesanal, delicada e à mercê das intempéries climáticas. Qualquer detalhe já é o suficiente para perder o trabalho de um ano inteiro. Muita chuva, pouca chuva, muito frio, pouco frio, vento na época errada…

O baixo preço ofertado pela indústria desestimula um setor que já vem em franca redução. O agricultor é facilmente seduzido por outras culturas, mais rentáveis, menos trabalhosas e, aos poucos, corremos um sério risco de ver o pêssego virar o novo aspargo e praticamente sumir das nossas lavouras se nós, como comunidade, não abraçarmos sua manutenção. E isso se dá por diversas frentes: estímulo ao consumo, força política para valorização no mercado e freio à importação de produtos estrangeiros que competem com nossa produção local.

É uma questão muito própria da nossa região e, também nesse sentido, pode tornar-se uma valorização turística. Vejamos o que a Serra faz com suas uvas, a Campanha com as oliveiras, entre tantos outros. Mostrar para o mundo que Pelotas e região são o berço da produção nacional de um dos grandes sabores do verão. E, mais do que tudo, que é capaz de fortalecer um setor e fazê-lo voltar a crescer, do jeito que merece.

Ao fortalecer o setor produtivo rural e estimular o consumo, fortalecemos também nossa indústria, que gera emprego, renda e impostos. Ao estimular toda uma cadeia, impulsionamos toda a cidade. É válido também para o arroz, para a tecnologia e tantas outras frentes. A Zona Sul tem muito para avançar, e irá certamente. Mas tem que fazer isso levando junto as forças que já possui.

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