Halloween movimenta comércio e festas em Pelotas

aumento nas vendas

Halloween movimenta comércio e festas em Pelotas

Decorações da data já dividem espaço com o Natal nas vitrines

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Halloween movimenta comércio e festas em Pelotas
(Foto: Jô Folha)

A poucos dias do Halloween, celebrado na quinta-feira (31), Pelotas entra no clima da data com festas temáticas, brincadeiras em escolas e vitrines enfeitadas. As lojas de fantasias, acessórios e artigos de decoração registram aumento nas vendas desde o início do mês. Entre capas com teias de aranha, chapéus de bruxa e máscaras de monstros, os consumidores buscam inspiração e criatividade.

“O movimento está muito bom, já começou antes do Dia das Crianças e vem crescendo”, conta Diuly da Silva Jaques, gerente de uma loja no Centro. Segundo ela, há quem monte a própria fantasia, combinando peças e acessórios, e quem prefira os kits prontos, com tudo definido. “A data já é marcante para o comércio”, completa.

As festas particulares também ajudam a movimentar o mercado. A técnica contábil Cristiane Barros Farias, 47 anos, foi às compras com a filha Laura, de dois anos e meio, para participar de um encontro entre amigas. “A gente faz essa festa há três anos, mas este ano vai ter concurso de fantasia. Vou apostar num look preto com detalhes de Halloween, combinando com a minha filha”, contou.

Data que inspira e antecipa o Natal

Para o presidente do Sindicato dos Lojistas de Pelotas (Sindilojas), Renzo Antonioli, o Halloween ainda não é uma data de grandes campanhas comerciais, mas vem ganhando visibilidade. “Algumas lojas aproveitam a temática para expor os produtos da nova estação. São iniciativas isoladas, mas criativas”, afirma.

Ele observa que, com a proximidade do Natal, as vitrines acabam misturando símbolos das duas épocas. “Ano a ano, os enfeites natalinos aparecem mais cedo. Isso cria um ambiente que já estimula o consumidor a pesquisar presentes e aproveitar as novidades”, explica. A gerente Diuly garante que já tem consumidores adquirindo artigos natalinos e, por isso, já estão aumentando o espaço da loja, substituindo onde estavam chapéus de bruxas por árvores artificiais.

Influência cultural

O imaginário do Halloween vai muito além das máscaras e fantasias. A data tem raízes na Idade Média e no antigo festival celta de Samhain, que marcava a transição do outono para o inverno, período em que se acreditava que o véu entre o mundo dos vivos e o dos mortos se tornava mais tênue. “A escuridão do inverno criava uma fronteira simbólica para que os mortos pudessem visitar seus lares. É uma história bonita, porque envolve homenagem e respeito aos antepassados”, explica Adriana Martins Santos, diretora do Yázigi Pelotas.

A tradição das máscaras nasceu como uma forma de proteção contra os maus espíritos. Já o costume do doce ou travessura (trick or treat) tem origem na Grã-Bretanha e na Irlanda, quando pessoas pobres se fantasiavam e pediam comida em troca de orações pelos mortos. “Era uma forma de solidariedade e devoção, e não um ritual sombrio como muita gente acredita”, destaca Adriana.

A festa viajou da Irlanda para os Estados Unidos, onde ganhou força com o passar dos séculos e se transformou no fenômeno cultural que o mundo conhece hoje. No Brasil, o Halloween se popularizou nos anos 1990, impulsionado pelos filmes e séries de terror de Hollywood. “Foi o boom dos filmes de vampiros, fantasmas e monstros que trouxe a data para o nosso cotidiano”, lembra.

Com o tempo, escolas de idiomas passaram a adotar o Halloween como parte do aprendizado. “Mais do que ensinar inglês, a festa permite vivenciar outra cultura. Quando a gente aprende sobre o Halloween, também reflete sobre as nossas tradições e valores”, afirma Adriana. Ela defende que o contato com diferentes culturas amplia o olhar dos alunos. “Toda cultura é válida. Ao conhecer o outro, a gente também valoriza a nossa própria cultura”, completa.

No Brasil, o clima tropical acabou dando um novo tom à comemoração. “Enquanto no hemisfério norte o Halloween acontece no início do inverno, aqui ele cai quase no verão. Então o pessoal prefere roupas leves, saias, bermudas e muita maquiagem”, comenta. O resultado é uma celebração mais colorida e alegre: “com muito mais festa do que medo”.

Para Adriana, o brasileiro adotou a data à sua maneira, misturando personagens clássicos, como bruxas e vampiros, a figuras do universo pop e dos animes. “Hoje a gente vê uma mistura rica: abóboras e fantasminhas dividindo espaço com heróis, vilões e personagens de desenho. O importante é se divertir e soltar a criatividade.” Segundo Adriana, o nome Halloween vem da expressão inglesa All Hallows’ Eve, que significa “véspera de todos os santos”.

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