Lançado em agosto deste ano pelo Governo do Rio Grande do Sul, o Centro de Referência Internacional em Estudos Relacionados às Mudanças Climáticas (CRIEC) divulgou os projetos que farão parte da iniciativa. Entre elas está o Núcleo Integrado de Previsões, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que já realiza um trabalho consolidado na região Sul de monitoramento, previsão e mapeamento de riscos de eventos extremos.
O objetivo é posicionar o Rio Grande do Sul como referência internacional em estudos sobre mudanças climáticas, articular redes de pesquisa e desenvolver soluções inovadoras, além de disseminar conhecimento científico e subsidiar políticas públicas voltadas à adaptação e mitigação das mudanças climáticas.
Os projetos de pesquisa em rede serão financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), que destinou R$ 30 milhões do Funrigs para a iniciativa. O NIP receberá cerca de R$ 3 milhões e deverá executar o projeto em um prazo máximo de 22 meses.
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Na avaliação do hidrólogo e coordenador do NIP, Samuel Beskow, a integração representa um passo importante rumo à inovação tecnológica na previsão hidrometeorológica, incorporando o desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial para previsão de cheias e estiagens. “Essa aprovação consolida o NIP como uma referência regional e estadual em monitoramento e previsão de eventos extremos, fortalecendo a rede de pesquisa já existente entre UFPel, FURG e UFRGS, que reúne pesquisadores com reconhecida atuação na área”, destaca.
Além de ampliar a capacidade técnica e operacional do grupo, o projeto permitirá uma maior inserção internacional, com a colaboração de pesquisadores de instituições como o DINAGUA (Uruguai), o Deltares (Holanda) e a Purdue University (EUA). “Na prática, a aprovação representa o reconhecimento do trabalho que o NIP/UFPel vem desenvolvendo e um novo impulso para que a ciência produzida na universidade continue se transformando em soluções concretas de resiliência climática para o Rio Grande do Sul”, afirma o hidrólogo.
Referência Internacional
O Governo gaúcho lançou, em 13 de agosto de 2025, em cerimônia no Palácio Piratini, o Centro de Referência Internacional em Estudos Relacionados às Mudanças Climáticas (Criec).
Para consolidar a criação do Criec, foi lançado, durante o evento, o primeiro de uma série de três editais, que, juntos, totalizarão os R$ 34 milhões anunciados. Neste momento, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs) destinará R$ 30 milhões para o financiamento de projetos de pesquisa em rede, incluindo ao menos três instituições científicas e tecnológicas (ICTs) e duas empresas ou organizações da sociedade civil.
Coordenado pela Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (Sict), o Criec será formado por um conselho consultivo, que estabelecerá diretrizes e terá a participação de órgãos governamentais e externos, e grupos de trabalho de caráter temporário, que serão compostos por profissionais de destaque nas áreas de atuação do programa.A partir de 2026, estará junto ao Sistema Estadual de Gestão Integrada de Riscos e Desastres (Segird), que é coordenado pela Defesa Civil do Estado e tem como base o Centro Administrativo de Contingência (CAC), em Porto Alegre.
Núcleo Integrado de Previsões (NIP)
O projeto da UFPel aprovado para integrar o Programa de Unidades do Centro de Referência Internacional em Estudos Relacionados às Mudanças Climáticas é denominado “Monitoramento, previsão e mapeamento de riscos de eventos extremos na região Sul do Rio Grande do Sul: hub de ciência e tecnologia para resiliência climática dos municípios”.
Além do NIP, a equipe também conta com a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais, da Universidade Federal de Lavras, da Agência da Lagoa Mirim (ALM/UFPel), da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), profissionais do SIMAGRO e da empresa MKS, responsável pela expansão e manutenção da rede estadual de monitoramento hidrometeorológico da Defesa Civil do Estado.
Entre os projetos em destaque, promovidos pelo núcleo, está o monitoramento de cheias do Rio Piratini, que auxiliam a administração das cidades de Cerrito e Pedro Osório. Outras ações, que envolvem o trabalho integrado entre meteorologia, hidrologia, modelagem e mapeamento, seguem em desenvolvimento na Zona Sul e fortalecendo o trabalho como referência em prevenção e mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
