Bombeiros, Brigada e Imprensa lideram confiança entre os pelotenses

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Bombeiros, Brigada e Imprensa lideram confiança entre os pelotenses

Pesquisa do IPO revela que 94% da população da cidade confia nos Bombeiros, enquanto 57,7% desconfia da Câmara de Vereadores; Prefeitura também tem índice negativo de credibilidade

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Bombeiros, Brigada e Imprensa lideram confiança entre os pelotenses
O levantamento revela que os Bombeiros, a Brigada Militar e a imprensa são as entidades com maior credibilidade junto à população (Foto: Jô Folha)

Uma pesquisa do Instituto de Pesquisas de Opinião (IPO), realizada com exclusividade para o Jornal A Hora do Sul, apurou o grau de confiança dos pelotenses nas principais instituições da sociedade. O levantamento revela que os Bombeiros, a Brigada Militar e a imprensa são as entidades com maior credibilidade junto à população. Na outra extremidade, os poderes Executivo e Legislativo aparecem com os índices mais altos de desconfiança.

A atuação do Corpo de Bombeiros foi avaliada como confiável por 94% dos entrevistados, apresentando apenas 2,7% de desconfiança. Já a Brigada Militar conquistou mais de 72% de reconhecimento, enquanto obteve 19,7% de desconfiança. Seguida das forças de segurança, a atuação da imprensa é avaliada como uma fonte confiável de informação por 62% dos pelotenses, enquanto 25% não confiam no setor.

Como forma de facilitar a comparação, a pesquisa utilizou ainda um Indicador de Confiança Líquida (ICL), calculado pela diferença entre o percentual dos entrevistados que confiam e o percentual daqueles que não confiam em cada instituição. Esse indicador permite destacar se a entidade possui saldo positivo ou negativo de confiança.

Seguindo a imprensa, o Poder Judiciário também apresenta um ICL positivo, apesar de haver quase paridade entre o percentual de confiança (45,7%) e de desconfiança (44,3%) quanto à atuação da Justiça.

Queda na credibilidade

As instituições políticas aparecem na pesquisa como as menos confiáveis para os pelotenses. Quarenta e quatro por cento da população confia na atuação da Prefeitura, enquanto quase 48% demonstram ceticismo em relação às suas ações. O Governo do Estado aparece com o percentual de desconfiança ainda maior, acima de 48%.

O Poder Legislativo é o que desperta o maior ceticismo entre a população em relação à sua atuação. Menos de 40% dos cidadãos confiam na Câmara de Vereadores, e quase 60% não confiam na Assembleia Legislativa.

Instituições como pilares da democracia

Diretora do IPO, a cientista social Elis Radmann considera a pesquisa uma forma de avaliar os pilares da democracia, visto que as instituições são organizadas para servir aos cidadãos como os braços do Estado. “Se temos uma oferta e as pessoas não creem nessa oferta, temos instituições precarizadas, fragilizadas”, afirma.

Segundo Elis, os piores indicadores atribuídos ao Legislativo refletem a percepção dos eleitores de que os parlamentares fazem muitas promessas durante as campanhas — algumas, inclusive, de competência exclusiva do Executivo — que acabam não sendo cumpridas.

“Isso faz com que as pessoas olhem e digam ‘eu fui enganado, agora eles não aparecem mais aqui’. Existe, tecnicamente, uma distância da base, um Legislativo muitas vezes com um discurso que não é compatível com sua cadeira, gerando desconfiança e descrédito da população”.

Ferramenta importante

A avaliação da confiança nas principais instituições é peça fundamental para observar a percepção da eficácia das entidades e como os cidadãos as enxergam em relação à estabilidade social e à democracia nos municípios. Ela pode ser considerada um pilar na relação entre o Estado e a sociedade, com impacto direto no funcionamento pleno de governos e organizações.

No caso da pesquisa Grau de confiança do pelotense nas instituições – Quantitativa com abordagem qualitativa, o estudo traz luz sobre como o morador acompanha, avalia e percebe quem está próximo dele, permitindo identificar sobra ou déficit de credibilidade, avalia o coordenador editorial e de projetos do Jornal A Hora do Sul, Jarbas Tomaschewski. “É importante porque indica recortes de tempo da sociedade e também permite análises ou correções de rumo”.

“Se o pelotense não confia na Câmara de Vereadores, algo está errado. O Legislativo Municipal tem importância para a cidade e precisa fazer essa leitura: sete de cada dez moradores têm hoje essa impressão negativa. Há uma imagem em jogo, um trabalho sob contestação. Nenhum dos dois referenciais está bom. Os vereadores querem mudar ou vão continuar em suas bolhas? Essa é a reflexão para o compromisso que firmaram nas urnas”.

Comunicação profissional x fake news

A confiança na imprensa pelos pelotenses é uma excelente notícia. O índice no município é superior ao nacional: 62,3% e 54%, respectivamente, atrás apenas das forças de segurança.

É o reconhecimento do papel social e fiscalizador da imprensa, o que atribui uma imagem de proximidade, relevância e credibilidade. Os dados evidenciam também a relação estável e direta com o público.

“O jornalismo profissional, feito por quem tem compromisso com a notícia, com checagem, análise e interpretação dos fatos, por quem atribui grau de relevância e sabe separar informação de fake news, está nas redações, nas plataformas abastecidas por jornalistas. A massificação digital da vida não significa aceitar tudo a qualquer custo. Os pelotenses demonstram maturidade e responsabilidade ao reconhecerem o papel da imprensa no dia a dia. É uma resposta positiva ao trabalho sério que vem sendo feito, principalmente para nós do Grupo A Hora em Pelotas”, analisa Tomaschewski.

Saiba mais sobre a pesquisa:

  • Técnica utilizada: amostra estratificada, com cotas por região, sexo biológico e faixa etária.
  • Público-alvo: moradores de Pelotas com idade acima de 16 anos.
  • Período de realização: 10 a 21 de setembro de 2025.
  • Número de entrevistas: 300
  • Forma de abordagem: entrevistas presenciais, utilizando tablets com georreferenciamento, com aceite, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
  • Margem de erro e intervalo de confiança: 5,9 pontos percentuais com intervalo de confiança de 95%.
  • Agrupamento das áreas: seguiu a atual delimitação de áreas administrativas da cidade.
  • Zona rural: população: 20.029 habitantes (6,15%)
  • Zona urbana: população: 305.656 habitantes (93,85%)
  • O estudo: o processo de coleta respeitou os preceitos da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, e o questionário só foi aplicado mediante confirmação do aceite pela pessoa.
  • Opção: foi mantida a categoria “Não sabe”, para entrevistados que preferiram não se posicionar, o que ajuda a identificar graus de afastamento ou desconhecimento institucional.

 

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