Há 110 anos
Em 24 de outubro de 1915, Joaquim Augusto de Assumpção renunciou ao mandato de senador da República, por problemas de saúde. O advogado, político e empresário pelotense foi uma das figuras de destaque da transição entre o Império e a República no Rio Grande do Sul.
Nascido em Pelotas em 18 de julho de 1850, filho de Joaquim José de Assumpção, o Barão de Jarau, e de Cândida Clara de Assumpção, Joaquim Augusto formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1872. Iniciou a carreira no Rio de Janeiro, mas logo retornou à cidade natal, onde abriu escritório de advocacia e se casou, em 1880, com Maria Francisca de Mendonça.
Sua trajetória política começou ainda no Império, como vereador em Pelotas, eleito pelo Partido Conservador. Após a Proclamação da República, em 1889, aderiu ao Partido Republicano Riograndense (PRR), liderado por Júlio de Castilhos e Pinheiro Machado. O partido, que marcaria profundamente a política gaúcha por quase meio século, defendia a autonomia dos estados, o ensino laico e gratuito e as liberdades civis.
Assumpção exerceu cargos de juiz em Pelotas e Rio Grande e, mais tarde, foi desembargador do Supremo Tribunal Estadual. Embora tenha sido convidado por Carlos Barbosa Gonçalves para assumir a vice-presidência do Estado, recusou o cargo.
Reorganização política
Em 1913, após a morte do senador Diogo Fortuna, foi eleito para o Senado Federal, em um período de intensa reorganização política no país. Permaneceu na função até a renúncia. Além da vida pública, teve papel importante no desenvolvimento econômico de Pelotas, participando da fundação do Banco Pelotense (1906) e da Companhia de Fiação e Tecidos Pelotense (1908).
Joaquim Augusto de Assumpção faleceu poucos meses depois de deixar o Senado, em 2 de abril de 1916. A residência onde viveu, de grande valor histórico e arquitetônico, foi adquirida em 2005 pelo Banco Santander e doada à Universidade Federal de Pelotas, que ali instalou o curso de Turismo.
Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Izabel Pimentel da Silva para Fundação Getúlio Vargas
Há 50 anos
Pelotas recebeu recital do pianista Fernando Lopes

Pianista se apresentou no Conservatório (Foto: Reprodução)
Um dos mais importantes pianistas brasileiros, o carioca Fernando Lopes se apresentou em Pelotas, numa realização da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, por meio do Programa de Ação Cultural do Ministério da Educação e Cultura. O recital ocorreu no dia 22 de outubro de 1975 no Conservatório de Música.
Natural do Rio de Janeiro, o pianista teve sua formação com mestres como Arnaldo Estrella, Magda Tagliferro e Bruno Seidlhofer. Além de professor titular na Unicamp, Fernando Lopes também lecionou na Universidade Federal da Bahia, onde dirigiu a Escola de Música e Artes Cênicas. Na Unicamp, foi diretor do Instituto de Artes por duas vezes, entre 1975 a 1991.
Carreira notável
O pianista e professor estava aposentado do Instituto de Artes da Unicamp, quando morreu na madrugada no dia 8 de março de 2019, aos 84 anos de idade. Na época ele morava ainda em Campinas.
“Fernando Lopes, sem dúvida foi um dos mais importantes nomes do piano brasileiro. A envergadura de sua carreira musical foi notável: conquistou prêmios importantes, como o grande Prêmio Schelling no Concurso Internacional de Genebra, desenvolveu carreira internacional como recitalista e concertista e produziu uma obra fonográfica importantíssima, com a gravação dos 5 concertos para piano e orquestra de Villa-Lobos, da integral das sonatas para piano de Mozart, das Cartas Celestes de Almeida Prado, das obras para piano de Carlos Gomes e da Sonata em Si menor de Liszt”, escreveu o pianista Mauricy Martin, pianista e professor da Unicamp, na época da morte de Lopes.
Fonte: Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; Portal Unicamp