Manteiga Danby da Cosulati pode voltar ao mercado a partir de 2026

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Manteiga Danby da Cosulati pode voltar ao mercado a partir de 2026

Produto está inserido na linha de produção da Oz.Earth, que deve começar a operar no segundo semestre do ano que vem

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Atualizado sexta-feira,
24 de Outubro de 2025 às 08:50

Manteiga Danby da Cosulati pode voltar ao mercado a partir de 2026
Estrutura deteriorou-se na última década. (Foto: Jô Folha)

Adquirido há quase um ano, o prédio da Cooperativa Sul-Riograndense de Laticínios (Cosulati) começa uma nova etapa. Isso se dará a partir da expedição da carta de arrematação pela 4ª Vara de Trabalho que autoriza a Oz.Earth Participações Ltda. A previsão é que isso ocorra após o dia 5 de novembro. Mas o documento de despacho da Justiça permitiu o anúncio dos projetos previstos para as dependências da edificação que fica no Capão do Leão.

A partir da carta, a empresa terá seis meses para pagar os R$ 49.137.500,00, ofertados em leilão. Além desse valor, estão projetados um investimento de R$ 70 milhões no complexo industrial que está em uma área total construída de 17,5 mil metros quadrados, espaço que revela o quando a produção de laticínios foi importante para região e agora acende as esperanças de muitos ex-funcionários. Com previsão de início das operações para segundo semestre do 2026, a primeira fabricação será de leite em pó, mas uma das promessas do CEO e fundador da OZ.Earth, Igor Elias, será do retorno da tradicional manteiga Danby que terá sua embalagem em dourado, porém em edição limitada.

Quando a fábrica volta a operar? Vão priorizar a mão de obra local?

Os diagnósticos técnicos e o planejamento começaram há cerca de doze meses.

Com a posse definitiva, a Oz.Earth entra agora na fase de modernização industrial, restauração de equipamentos e reativação das linhas de produção. A inauguração está prevista para o segundo semestre de 2026. A primeira etapa envolve reformas estruturais, capacitação de pessoal e integração tecnológica. O capital humano local será o centro de tudo. O conhecimento e a experiência dos antigos colaboradores são o maior patrimônio da antiga Cosulati. Aproveitar essa expertise é estratégico, não apenas pela eficiência produtiva, mas também pelo compromisso social da Oz.Earth com a prosperidade territorial. Gerar emprego, renda e qualidade de vida faz parte da essência do projeto, transformar a antiga Cosulati em um símbolo de reconstrução e desenvolvimento sustentável no sul do país. A experiência dos antigos colaboradores é o nosso maior patrimônio. Eles serão os protagonistas desse novo tempo por conhecer o ponto da manteiga, o ritmo das caldeiras e o valor da tradição.

Como nasceu o projeto e por que investir na antiga Cosulati?

A Oz.Earth conheceu o ativo por meio de um processo público de leilão. O que poderia ser apenas uma transação financeira tornou-se uma escolha de propósito, e um modelo para a nova economia dos lácteos da agricultura familiar em todo o país. Ao reconhecer a importância histórica e produtiva da antiga cooperativa para a cadeia leiteira do Pampa Gaúcho, a companhia decidiu realizar um investimento estratégico voltado à reconstrução de uma cadeia essencial para o Brasil. A decisão está alinhada ao portfólio da Oz.Earth, que constrói a infraestrutura produtiva, tecnológica e financeira da agricultura regenerativa e da nova economia das pessoas e das famílias. Reativar esse ativo é reindustrializar o campo, integrando agricultores, cooperativas e comunidades dentro de uma economia verde e digital. Este projeto não é apenas sobre reativar uma indústria, é sobre reativar sonhos e devolver dignidade produtiva ao território.

A empresa pretende seguir com o modelo de cooperativa?

Sim. A gente acredita muito no cooperativismo. Queremos manter essa forma de trabalho em que todos crescem juntos, produtores, técnicos e a própria indústria. A diferença é que agora o modelo será mais moderno, com tecnologia e valorização das cooperativas que estiverem em transição agroecológica. As cooperativas vão continuar sendo parte essencial do negócio, com reconhecimento pelo leite de qualidade que entregam e participação nesse novo ciclo de prosperidade.

O que a Oz.Earth encontrou ao chegar ao ativo e como será o processo de modernização?

Encontramos uma estrutura física sólida, fruto de décadas de trabalho cooperativo, porém que exige atualizações, melhorias e reformas, além da restauração de equipamentos e reativação das linhas de produção. O plano é transformar o antigo parque industrial em uma planta modelo de produção verde, conectada ao ecossistema tecnológico da Oz.Earth.

As melhorias incluem automação, rastreabilidade total e integração da cadeia do pasto à mesa, uso de energia solar e gestão inteligente de recursos. Nada será desperdiçado: o soro será reaproveitado, os resíduos se transformarão em biofertilizantes da vertical Oz.Bio, e haverá programas de circularidade das embalagens, com pontos de coleta regionais e agricultores parceiros comprometidos com a transição ecológica. É o leite do futuro, produzido com a sabedoria do passado.

A manteiga Danby vai voltar? E quais produtos farão parte da nova linha láctea?

Sim. E será um marco. A manteiga Danby Extra volta como símbolo da nova indústria láctea brasileira, fiel à sua tradição, mas reinventada com inspiração francesa e alma gaúcha. Feita com leite a pasto regenerativo, rastreado e de origem certificada, a nova Danby Extra será assinada por um chef francês da Normandia, referência mundial em manteigas artesanais de terroir, região que abriga as mais premiadas manteigas do planeta. Inspirada no método tradicional francês, será produzida a partir de creme de leite fresco fermentado (cultured cream), submetido a maturação lenta, que realça os aromas naturais e garante textura sedosa e sabor profundo. Com teor mínimo de 82% de gordura láctea (matière grasse), baixa umidade e acidez equilibrada, untuosidade refinada, sabor intenso e derretimento perfeito, como uma verdadeira manteiga de origem. A Danby Extra será embalada no clássico papel dourado, em edições limitadas e numeradas, e vendida por assinatura direta na plataforma Oz.Earth, em empórios e mercados de todo o Brasil. Mas a nova fábrica vai muito além da manteiga. Nasce também a linha Oz.Lácteos, com produtos regenerativos e rastreáveis que unem sabor, nutrição e propósito. Toda a produção será feita sob o selo Oz.Lácteos – Indústria Verde do Pampa, unindo tecnologia, sustentabilidade e design. A fábrica utilizará energia solar, terá rastreabilidade digital e aproveitará 100% dos resíduos, transformando-os em novos produtos da bioindústria Oz.Bio. Cada produto lácteo contará uma história: de onde vem, quem produziu e o impacto positivo que deixa.

Como serão as embalagens e o posicionamento visual?

As novas embalagens da Oz.Lácteos, tanto da marca Danby quanto das linhas White Label, trarão ilustrações autorais e histórias reais de famílias produtoras, com selo de rastreabilidade e indicação do estágio da transição agroecológica de cada fazenda.

Cada produto contará com um QR Code que permitirá ao consumidor conhecer a origem do leite, o território, o tipo de pastagem e as práticas regenerativas aplicadas. Cada pote, cada caixa e cada rótulo contará uma história de amor pela terra, um Brasil que se levanta e se reconhece.

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