A aprovação do projeto de lei que cria 2,2 mil vagas no quadro de servidores municipais é um passo importante da atual gestão. Representa a retomada da capacidade do município de planejar o futuro, reorganizar o serviço público e atender áreas que vinham sobrecarregadas há anos. Entre os novos cargos, o de auxiliar de inclusão merece destaque especial. É a materialização de uma demanda legítima das famílias e das escolas.
Ter profissionais capacitados para acompanhar alunos com deficiência ou transtornos de aprendizagem significa garantir o direito de aprender com dignidade. A prefeitura, ao propor essa medida, reconhece que a inclusão não se improvisa, se constrói com empatia e continuidade.
Mas há etapas que precisam ser bem executadas. A aprovação da lei é o primeiro passo. Agora vêm o edital do concurso, a convocação dos aprovados e, sobretudo, o investimento na formação permanente desses profissionais. A história recente mostra que boas iniciativas só se consolidam quando o servidor é valorizado e preparado para a função que assume. É isso que transforma a vaga em política pública.
O tema da qualificação dos servidores sempre foi sensível em Pelotas, e talvez agora exista o ambiente mais favorável para tratá-lo de forma estruturada. A atual gestão tem dado sinais de compromisso com a inclusão. O desafio, daqui pra frente, é garantir que cada vaga criada se traduza em atendimento real, e que cada profissional tenha condições de fazer a diferença na vida de quem mais precisa. Porque, no fim, é isso que define uma cidade verdadeiramente inclusiva.
O trabalho que volta a respirar

Rio Grande tem a esperança na retomada dos empregos (Foto: Divulgação)
Rio Grande já aprendeu a não se empolgar fácil. Cada vez que alguém falava em retomada, vinha uma foto antiga do estaleiro e uma frase de efeito. E nada acontecia. Agora, quando Darlene Pereira diz que são “dez anos de obra”, o que ela está dizendo, no fundo, é que o tempo da pressa acabou. E que o tempo da reconstrução começou. Devagar, mas começou. Emprego é a palavra que faz uma cidade respirar. Quando ele falta, tudo empobrece junto: o comércio, o humor das pessoas, a conversa de esquina. Rio Grande passou uma década nesse silêncio. Viu a juventude ir embora e os sonhos se transformarem em lembrança.
Mas há um novo ruído no ar. Ainda não é o som do estaleiro cheio, mas é o barulho dos parafusos apertando de novo, das máquinas sendo ligadas, das reuniões que voltam a acontecer. A cidade volta a ter o que esperar. Dez anos de obra é o tempo de uma geração.
E talvez seja disso que Rio Grande precisa: uma década inteira de estabilidade, de rotina produtiva e de planejamento. Para deixar de ser cidade de ciclos e voltar a ser cidade de gente que trabalha. A prefeita Darlene, conforme ouvimos na Pelotense, está certa quando diz que o Polo Naval já está acontecendo.
Ele está, mesmo que de forma invisível. A diferença é que agora a cidade parece acreditar de novo.
Inovação aprovada
Pelotas finalmente aprovou a sua Lei de Inovação, um projeto que vinha sendo debatido há anos e que cria a base legal para apoiar iniciativas tecnológicas e empreendedoras na cidade. O texto estabelece instrumentos como o Fundo Municipal de Inovação, o Conselho de Ciência e Tecnologia e o Programa de Incentivo à Inovação. A proposta busca dar segurança jurídica e apoio financeiro a quem desenvolve soluções inovadoras, conectando o poder público, o setor produtivo e a academia. Com emendas do vereador Antônio Peixoto (PSD), o projeto ficou mais amplo: o Fundo poderá financiar projetos de entidades e empresas credenciadas, mesmo que não façam parte de arranjos produtivos locais. Além disso, os incentivos serão direcionados preferencialmente a microempreendedores e pequenas empresas. Se sancionada, a nova lei permitirá que ideias locais, como um aplicativo criado por alunos do IFSul ou uma startup incubada no Parque Tecnológico, tenham acesso a editais, materiais e recursos municipais. Mas, como toda política pública, o papel é apenas o primeiro passo.
Lula concorre em 2026
Lula confirmou o que todos já sabiam: será candidato em 2026. A novidade não está na decisão, mas na forma como ela foi dita, com a convicção e o entusiasmo de quem “ainda tem a energia dos 30 anos”. Em meio a um país dividido e uma base política em permanente teste de fidelidade, o presidente tenta mostrar que continua no comando, disposto a enfrentar mais uma eleição como protagonista, não como figura de transição. A aposta de Lula e do PT é no contraste entre a experiência e a ausência de um adversário à altura.