“O maior desafio durante a competição é controlar o psicológico, ele pode definir uma boa série ou não”

ABRE ASPAS

“O maior desafio durante a competição é controlar o psicológico, ele pode definir uma boa série ou não”

Larissa Simões - ginasta

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Atualizado quinta-feira,
23 de Outubro de 2025 às 10:53

“O maior desafio durante a competição é controlar o psicológico, ele pode definir uma boa série ou não”
Larissa pratica ginástica desde os 11 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

No começo deste mês, a ginasta rio-grandina Larissa Simões, 20, venceu a 14ª edição da Taça RS de Ginástica Rítmica, na categoria adulto com o aparelho arco. Ela representou o Colégio Gonzaga, de Pelotas, na oportunidade.

A atleta é estudante de Educação Física da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e professora de ginástica na escola Cia de Ginástica Ritmo e Art, de Rio Grande. Larissa destaca que passou um período afastada das competições, mas retornou no ano passado já alcançando grandes feitos, apesar da rotina corrida, que dificulta sua preparação.

O evento, promovido pela Federação de Ginástica Artística, Rítmica, Trampolim, Aeróbica e Acrobática do Rio Grande do Sul (FGRS), reuniu mais de 300 atletas de diversas cidades do Estado.

Como começou sua relação com a ginástica e o que ela representa na tua vida?
Minha história com a ginástica começou com 11 anos, o que é considerado tarde para os parâmetros da modalidade. Eu tinha problemas de crescimento por não conseguir me alimentar o suficiente e precisava começar uma atividade física por recomendações médicas. Antes da ginástica passei por diversos esportes e eu até gostava de tudo, mas quando fiz a minha primeira aula de ginástica foi disparada uma paixão. Na época eu fazia ginástica artística e em Rio Grande não tinha nenhum lugar que trabalhasse com a rítmica, dos 11 aos 14 anos pratiquei apenas a artística, mas acabava treinando em casa alguns elementos da rítmica que me chamavam a atenção e todos falavam que eu tinha muito talento para a ginástica rítmica por ter mais flexibilidade do que força/potência.

Como foi a trajetória nas competições até chegar nesta última?
Em 2019 participei da minha primeira competição de ginástica rítmica. Eu não fazia aula da modalidade e foi um teste com uma professora, montamos a série e eu me arrisquei mesmo sem treino, os resultados não foram bons e eu me desmotivei um pouco e decidi que não iria mais competir (ainda mais por não conseguir treinar adequadamente). Passaram alguns anos, continuei sempre ativa no meio das ginásticas, mas ainda sem ter aula de ginástica rítmica, apenas estudando sobre a modalidade, já que eu passei a dar aula, tanto de ginástica artística, quanto rítmica.

Em 2024 me deu novamente uma grande vontade de competir, entrei em contato com a técnica do Colégio Gonzaga de Pelotas, Catarina Polino, e paguei algumas aulas e a montagem da minha série para a competição. Competi representando a Cia De Ginástica Ritmo e Art (escola que eu trabalhava e treinei desde o início) no Torneio Amistoso do Gonzaga, que inclusive fiquei em 2º lugar com o aparelho mãos livres.

Como surgiu o convite para representar o Colégio Gonzaga? Quais competições participou neste ano?
A Catarina me convidou após esse torneio para competir o TAÇA RS ano passado e eu fui, fiquei em 2º lugar também como aparelho bola. Para mim, só essas conquistas do ano passado já foram gigantes para quem passou tanto tempo sem competir.

No início desse ano ganhei uma bolsa para treinar na equipe de rendimento do Colégio Gonzaga e representá-los em competições, esse ano participei de 3 torneios: Amistoso Talentos do Esporte – Canoas (2º lugar Adulto mãos livres), Amistoso Colégio Gonzaga (1º lugar Adulto mãos livres, 1º lugar Adulto Arco e 1º lugar Adulto individual Geral) e este último, a Taça RS (1º lugar adulto Arco).

És professora de ginástica há quanto tempo? Como acreditas que tua experiência e vivência com o esporte impacta suas alunas?
Dou aula de ginástica há mais de 5 anos, acredito que minha vivência no esporte é um fator que agrega muito nas aulas exatamente por eu saber como elas se sentem praticando o esporte, saber a pressão que é desde a preparação para uma competição até o momento de competir e o quão difícil é se manter motivado em uma rotina de treinos exaustiva como é na ginástica.

Acho que o maior desafio durante a competição é sempre controlar o psicológico, ele pode ser o que vai definir uma boa série ou não. Com certeza o momento mais marcante foi quando eu terminei de apresentar minha série e me senti satisfeita com o que eu havia entregue e posteriormente saber que eu fiquei em primeiro lugar, até porque não era algo que eu esperava, na ginástica rítmica é tudo muito imprevisível depende muito do valor da nota de partida da série e de quantos elementos a ginasta vai conseguir validar, então a sensação de primeiro lugar foi surpreendente e muito alegre.

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