Durante a visita do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, ao Porto de Rio Grande na última semana, o presidente da Portos RS, Cristiano Klinger, um portfólio de investimentos em curso e planejados com o objetivo de modernizar, ampliar e consolidar a infraestrutura logística do complexo portuário. Entre os destaques, a perspectiva de atrair R$ 1,5 bilhões em investimentos privados até 2027, por meio de leilões de áreas para novos empreendimentos.
Com a oficialização da nova poligonal, que refere-se às delimitações de zoneamento, é ampliada a segurança jurídica para a atração de mais investimentos para o Porto de Rio Grande. Neste sentido, Klinger apresentou os projetos de seis áreas arrendáveis com leilões previstos para 2026 e 2027.
Outro ponto estratégico discutido foi a proposta de concessão do canal de acesso de Rio Grande e da hidrovia interior. Ainda no mês de outubro, a INFRA SA deverá entregar ao Ministério de Portos e Aeroportos os estudos que embasam a modelagem da concessão. Em novembro está previsto o início dos trâmites administrativos para abertura de consulta pública. O leilão está previsto para o quarto trimestre de 2026.
Expectativas
Todos os espaços que virão a ser leiloados dependem de um processo licitatório. Para isso, a Portos RS precisa elaborar o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), encaminha para o Ministério de Portos e Aeroportos que irá revisar e passar para análise da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que é o agente regulador. Após este processo, e com a aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU), é possível dar início ao leilão.
Durante a visita a Rio Grande, o ministro afirmou que uma parte dos seis leilões deve ser licitada já no primeiro trimestre de 2026. “Eu acredito que deve ficar dividido, deve ter mais de um leilão no ano que vem, um no primeiro trimestre, outro no segundo, que compreende essas áreas todas, além do leilão do canal de acesso”, projeta Klinger.
Estratégias Greenfield e Brownfield
Os empreendimentos incluem quatro terminais voltados para granel líquido – três greenfield (RIG 28 e RIG 23) e dois brownfield (RIG 40 e RIG 25) – além de dois com foco em granéis sólidos ou pátio de triagem (RIG 13 e RIG 14).
Com relação às estratégias de mercado para favorecer a competitividade do porto rio-grandino, são prospectados terminais em projetos do tipo greenfield, que é quando o empreendimento é iniciado do zero, sem qualquer infraestrutura pré-existente.
Outras opções estão em duas áreas arrendadas com a perspectiva de atrair projetos do tipo brownfield, que, ao contrário da estratégia anterior, compreende a adaptação de uma infraestrutura existente para novos usos, ao revitalizar estruturas abandonadas ou subutilizadas.
Dragagem
Na sequência, foram abordadas as obras de dragagem atualmente em execução e em fase preparatória. O cronograma contempla sete lotes, com quatro já em andamento: Itapuã (concluído), canais do Lote 2 (Leitão, Pedras Brancas, Furadinho e São Gonçalo), Canal da Feitoria e Canal de Acesso de Rio Grande. Os Lotes 5 e 6, que abrangem 11 canais, já tiveram seus editais publicados, enquanto o Lote 7, com mais quatro canais, aguarda a finalização das licitações para início das obras. O conjunto das dragagens busca restabelecer as profundidades operacionais nas hidrovias interiores e marítimas, ampliando a segurança da navegação e a eficiência do escoamento de cargas.