A Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, no Capão do Leão, sediou nesta quarta-feira (22) a 13ª edição do tradicional Dia de Campo do Leite. Com o tema “Terra Forte e Leite Seguro”, o evento reuniu mais de 600 pessoas, entre especialistas, produtores, empresários e estudantes, de diversas partes do Estado. Foram apresentadas as inovações da pesquisa voltadas à cadeia produtiva do leite, com destaque a soluções ligadas à sustentabilidade dos sistemas produtivos, ao bem-estar dos animais e à segurança do leite.
Esta foi a primeira edição do Dia de Campo realizado no recém-inaugurado Laboratório de Campo do Leite (LabCampo). Os presentes puderam acompanhar abordagens, em seis estações espalhadas pelo espaço, que envolveram a recuperação do solo (programa Operação Terra Forte e plano Recupera Rural RS); manejo de pastagens, como o BRS Kurumi; irrigação de pastagens; bem-estar animal e manejo da mastite; e redução de penosidade do trabalho. Além disso, equipes da Cooperativa Mista de Pequenos Agricultores da Região Sul (Coopar/Pomerano) detalharam a cadeia produtiva do leite e como os produtos chegam até a prateleira dos supermercados.
Estiveram presentes alunos de escolas técnicas agrícolas e produtores de leite de cidades como Arroio Grande, Boa Vista do Buricá, Canguçu, Herval, Pelotas, Santa Rosa, Santana da Boa Vista e Três de Maio.
“Terra Forte e Leite Seguro”
A pesquisadora e coordenadora de planejamento do evento, Maira Zanela, destaca que o tema desta edição está relacionado com o programa Terra Forte do governo gaúcho e com o Leite Seguro, iniciativa da Embrapa Clima Temperado, em parceria com o Laboratório Estadual de Defesa Agropecuária, que ajudou a ampliar e revitalizar a estrutura onde ocorreu o evento, além de ações de transferência de tecnologia no campo.
“São temas atuais para os produtores de leite e foi pensado para conversar com eles sobre os principais problemas da cadeia produtiva neste momento, que é a sustentabilidade, a recuperação do solo após a crise climática, alimentação animal e bem-estar animal”, destaca.
Um dos temas abordados nas estações pelos pesquisadores da Embrapa foi a prevenção da mastite, que é a inflamação da glândula mamária, e que o produtor pode evitar a partir do manejo de ordenha e na identificação dos agentes etiológicos. “A partir deste conhecimento, os animais irão produzir mais e um leite de melhor qualidade”, afirma Maira.
Produção de leite na região
A Emater/RS-Ascar, uma das parceiras do evento, esteve presente em uma das estações, onde os extensionistas abordaram o sistema free stall, com foco no bem-estar animal durante a ordenha.
A região Sul tem, segundo levantamento do órgão, 866 produtores de leite, que entregam 69 milhões de litros do produto ao ano. O gerente regional da Emater, Ronaldo Maciel, reforça o potencial que a região possui e a necessidade de ações que incentivem a permanência na atividade, que vem perdendo produtores a cada ano que passa. “Já tivemos tempos em que uma empresa só coletava mais de 100 milhões de litros de leite neste período. Para nós, eventos assim são de suma importância para poder mostrar os potenciais, principalmente aos jovens, que estarão presentes na área, seja na assistência leiteira ou na produção, e vão ser multiplicadores do que se viu aqui”, afirma.
Conhecimento na prática
Além de apresentar o que há de novo a ser aplicado na produção de leite, para garantir qualidade e agilidade, o Dia de Campo do Leite também preocupou-se em abarcar conhecimentos técnicos e práticos que auxiliem na formação de jovens de escolas técnicas agrícolas da região. Acompanharam as atividades alunos de São Lourenço do Sul e Pelotas.
Micaela Rodrigues e Juliana Lages, estudantes de 18 anos, destacam a importância do evento para suas formações e a união dos assuntos estudados em sala de aula com as novas técnicas. “Tudo o que nós vemos no técnico, assistimos aqui na prática”, ressaltam as alunas do último ano do técnico em agropecuária do IFSul Campus Visconde da Graça (Cavg).