“Eu queria surfar, queria arte, rock’n’roll – não reuniões de terno e gravata”

ABRE ASPAS

“Eu queria surfar, queria arte, rock’n’roll – não reuniões de terno e gravata”

Théo Becker - Ator, modelo e fisiculturista

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“Eu queria surfar, queria arte, rock’n’roll – não reuniões de terno e gravata”
(Foto: Reprodução)

O ator, modelo e fisiculturista Théo Becker esteve na Rádio Pelotense, na última semana, e concedeu entrevista ao jornalista Pedro Petrucci, durante o Jornal da Tarde. Conhecido nacionalmente por sua participação em A Fazenda, em 2009, e por memes que se tornaram virais, o artista falou sobre suas origens em Pelotas, a trajetória na TV e os novos rumos da carreira.

Após rodar o Brasil como ator, modelo e surfista, o que te fez voltar para Pelotas?
Meus valores. Eles foram plantados em mim desde criança. Eu saí para me aventurar, trabalhar e surfar. Meu avô era dono da Bertoldi Becker, uma retífica antiga aqui, e comecei lá aos 15 anos. Via ele sempre de terno e gravata, em reuniões, e pensava: “não quero isso pra mim”. Eu queria surfar, rock’n’roll, arte. Hoje voltei pelos meus pais – minha mãe nasceu em 1950, meu pai em 1947 – e não queria esperar eles ficarem doentes para estar perto. Descobri que isso é muito mais importante do que qualquer carreira.

Como tem sido essa nova fase?
Maravilhosa. Voltar para cá melhorou minha relação com a família, com a minha esposa. A atmosfera do Rio de Janeiro é muito pesada. Lá, as pessoas nem percebem, mas vivem num turbilhão de estresse. Vi amigos com síndrome do pânico, tremedeira, colapsos. Aqui, me reencontrei.

Você segue como fisiculturista?
Sim. Sou embaixador da IFBB-RS (Federação Internacional de Fisiculturismo & Fitness no Rio Grande do Sul) e tenho muito orgulho disso. A preparação para o campeonato foi a coisa mais difícil da minha vida. É treino intenso, dieta certinha, tudo medido: micro e macronutrientes. Treinar todo mundo treina; o que faz diferença é a alimentação.

E nas redes sociais, o que você tem feito?
Tenho feito collabs com conterrâneos, com preço acessível, para ajudar o comércio local. Gosto de usar meu nome para divulgar quem está começando. As redes hoje são a nova televisão.

Como foi participar de um reality show?
Foi uma loucura completa. Você não sabe onde está se metendo, e quando entra, não pode sair. É um sequestro com contrato. O programa provoca brigas o tempo todo. Eu acho que deviam equilibrar mais. Não vale o cachê nem os três meses que você perde de vida lá dentro. Só vale para o campeão.

Se pudesse refazer a sua participação, o que diria para o Théo de 2009?
Diria para fazer dez vezes mais! Eu podia ter criado uns 30 memes, não só 15. “Esse é irmão desse” foi planejado. Quando bati nos bíceps e falei aquilo, pensei: “agora consegui, posso descansar uns dias”. Eu sabia o que estava fazendo. Estava criando falas que marcassem. Quando percebi que tinha dado certo, fiquei orgulhoso. Hoje a gente ri disso, mas na época o reality me fechou portas na TV.

Como vive um jovem gaúcho no Rio de Janeiro?
Tem que saber se cuidar. O gaúcho lá é muito valorizado, as pessoas confiam mais, acham que a gente tem outra educação. Mas também têm inveja. Sempre aparece alguém tentando te cortar. Mesmo assim, o gaúcho vai para trabalhar, para vencer – e vence.

Tu ainda pensa em voltar para a televisão?
Sim, e quando eu voltar vai ser recorde de audiência. Tenho um pacto com a nostalgia. Estão reprisando Escrava Isaura, e isso vai deixar a bola na marca do pênalti para 2026. Só não quero personagem com muito texto. Fala pouco, faz ação – quanto menos fala, mais credibilidade tem.

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