Hoje completa um ano do acidente que ceifou a vida de nove pessoas na BR-376, em Guaratuba, no Paraná, envolvendo a van que trazia atletas do Remar para o Futuro para Pelotas. Uma ferida aberta no coração da comunidade pelotense e do esporte brasileiro. Falar em superação e seguir em frente é muito difícil em um contexto em que jovens perderam a vida por uma estupidez no trânsito. E, dentro disso tudo, a resiliência dos coordenadores que seguiram e dos atletas que se mantêm focados e vitoriosos é, mais do que tudo, uma homenagem aos colegas.
No entanto, é preciso relembrar que se o Remar segue em frente, é muito por força própria. Na nossa região, projetos esportivos ainda não estão no patamar de incentivos – públicos e privados – de outros setores e é preciso vê-los se virando constantemente para conseguir participar de eventos, oferecer incentivos aos atletas e até para garantir a permanência de talentos na prática esportiva. E é fundamental que consigamos entender, como comunidade, o papel dessas ações não só para empilhar medalhas, mas principalmente como uma ação de formação de cidadãos. O esporte é, mais do que tudo, uma plataforma para incutir ética e caráter em quem o pratica.
Os dias são de homenagens, como vimos ontem no Centro Português e veremos hoje, inclusive com o Programa da Tarde da Rádio Pelotense ao vivo de lá. As edições do A Hora do Sul, tanto no fim de semana quanto hoje, também trazem uma série de reconhecimentos e homenagens. Tudo isso é válido mas, mais do que nunca, é preciso que possamos agir com a garantia de que a estrutura será válida. Há um ano, neste mesmo espaço editorial, escrevíamos que o legado de Oguener Tissot precisava ser levado adiante. Ele foi. E cobrava envolvimento ainda maior da comunidade para que isso fosse possível. E, na verdade, podemos muito mais.
Nesta data, a dor e a tristeza vão voltar a aflorar as lembranças de pessoas que eram figuras do cotidiano da nossa cidade, eram colegas de Colégio Pelotense e figuras conhecidas de páginas de jornais. Mas também serve para lembrarmos que o esporte é uma força fundamental de toda a nossa estrutura social e fortalecê-lo é também homenagear as vítimas.
