Professores que inspiram: lições e afeto no Gonzaga

Raízes e Propósitos

Professores que inspiram: lições e afeto no Gonzaga

Exemplos e aprendizados moldam a vida dos estudantes que passam pelo colégio

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Atualizado sábado,
18 de Outubro de 2025 às 09:06

Professores que inspiram: lições e afeto no Gonzaga
Alunos têm forte conexão com seus professores. (Foto: Gabriel Leão)

Todo mundo tem histórias para contar sobre algum professor que marcou a trajetória escolar. Considerado o alicerce da educação, ele é peça fundamental não só no processo de aprendizagem, mas também contribui de forma significativa para o bom desenvolvimento intelectual, emocional e social dos estudantes. No Colégio Gonzaga, os professores são considerados peças fundamentais na engrenagem que atua para a formação de cidadãos éticos e responsáveis.

Na semana em que são celebrados os professores, os estudantes do nono ano da escola Clara Amaro, Lis Schuch, Otávio Dolinski, Isabela Dolinski e Laura Lucas, assim como a coordenadora pedagógica, Adriana Rosinha, conversaram com a reportagem do Jornal A Hora do Sul sobre o papel essencial do educador e o cuidado que a escola dedica a esses profissionais que fazem a diferença.

O que faz um bom professor?

Entre os alunos, há consenso: o bom professor é aquele que ensina com paciência, empatia e leveza. Para Laura, o respeito é a base da relação. “Quando o professor mostra que está ali porque gosta, porque quer ensinar, tudo flui melhor. É importante saber o momento de brincar e o momento de ser sério. O respeito tem que ser mútuo”, diz.

Já Clara destaca que os professores a ensinaram muito além dos conteúdos. “Aprendi a ter paciência e empatia, a ajudar o próximo. Eles me apoiaram em muitas partes da minha vida”. Otávio aponta a importância da sensibilidade no ensino. “O professor precisa saber explicar, mas também entender o aluno. Às vezes, a dificuldade não é falta de esforço, é de compreensão. O bom professor é aquele que se preocupa com o nosso aprendizado”, afirma.

Para Lis, o segredo está em criar um ambiente acolhedor. “Quando a aula é leve, o aprendizado acontece de forma natural. Se o professor é muito metódico o tempo todo, a gente se distancia. Quando ele brinca, a matéria entra melhor na cabeça”, diz a estudante, que convive com professores dentro e fora de casa — os pais e os avós também são da profissão.

Momentos curiosos

As lembranças afetivas mostram o quanto a relação com o professor marca a trajetória escolar. Clara e Isabela, colegas de turma, recordam com carinho um mesmo episódio: o dia em que o professor de matemática apareceu em sala de aula com um pijama do Pikachu, durante o período híbrido de atividades, em 2021.

“Foi muito engraçado. Todo mundo riu, a turma ficou mais unida. Aquilo nos ajudou na aproximação”, conta Isabela. Clara acrescenta que o gesto simples se transformou em uma lembrança inesquecível. “A aula foi divertida e, ao mesmo tempo, mostrou que o professor também pode ser humano, leve, próximo.”

Já Laura lembra de um momento que a emocionou: “Meu professor de matemática contou que a filha dele se chamaria Laura, em homenagem a todas as Lauras que ele conhecia, e eu fui uma das primeiras a saber. Foi muito especial, me senti parte da história dele”.

Lis também tem uma lembrança marcante: o dia em que, nervosa antes de uma prova, foi acolhida por uma professora. “Ela me encontrou no corredor, me deu um abraço e disse que eu podia fazer a prova outro dia se precisasse. Naquele momento, percebi que a escola também é um lugar de afeto.”

Estrutura para o trabalho

Para Adriana Rosinha, o professor é o coração da escola — e precisa de apoio para exercer bem essa função. “Se o professor não está bem, o processo de ensino-aprendizagem não vai acontecer como deve”, afirma. No Gonzaga, explica, há um esforço constante para oferecer formação continuada e um ambiente em que o professor se sinta parte do processo educativo, não apenas um executor de tarefas.

“O cuidado que a gente sempre tem é com a formação, mas também com a participação. O professor é chamado para discutir o calendário, as matrizes curriculares, as avaliações. Ele é parte de tudo”, destaca Adriana.

A coordenadora também reforça que o acompanhamento é feito de forma próxima e permanente. “O professor não está sozinho na jornada, nem deve estar. Ele conta com a coordenação pedagógica, o Serviço de Orientação Educacional e o setor de turno. É uma corresponsabilidade”, explica.

Os professores recém-chegados recebem um acompanhamento ainda mais atento. Desde orientações básicas — como regras institucionais e rotinas escolares — até a construção dos primeiros planos de aula. “A gente ajuda o professor a entender o nosso método, a planejar uma aula com motivação, levantamento de conhecimento prévio e aplicação de conceitos. Isso faz parte da identidade metodológica do Gonzaga”, conclui Adriana.

Lições para o futuro

Os estudantes reconhecem que o professor tem papel central na formação de quem eles são — e no que ainda querem ser. “Cada um deles me ensinou um pouquinho do que eu sou hoje. A gente se inspira muito pelas pessoas que eles são”, afirma Isabela.

Lis confessa que já cogitou seguir o mesmo caminho dos pais e avós. “Eu queria ser professora de educação infantil. É uma profissão que exige muito esforço e dedicação. Às vezes, a gente não valoriza o suficiente, mas é um trabalho lindo.”

Otávio, por sua vez, diz que ainda não sabe se será professor, mas garante que aprendeu lições que vai levar para a vida: “Eles nos ensinam a ser disciplinados, responsáveis, e também a cuidar dos outros. Isso vale para qualquer profissão”.

Laura reflete sobre o impacto dos professores em sua trajetória. “Eles me ajudaram a desenvolver disciplina, melhorar minha forma de falar e aprender a lidar com diferentes pontos de vista. Cada professor contribuiu um pouco para a pessoa que sou e para a profissional que quero ser.”

Recadinhos aos docentes

Em clima de celebração, os alunos não escondem a gratidão. “Quero agradecer a todos os professores, porque todos eles me ensinaram algo importante. Cada um deixou um pedacinho de si na minha vida”, diz Isabela. Clara reforça: “Acho que vou levar todos os professores comigo. Todos os ensinamentos são bons e ficarão para sempre”.

Otávio deixa um agradecimento coletivo. “Pelo carinho e pelo esforço de ensinar todos os dias. A gente sabe que não é fácil, mas vocês fazem parecer simples”. Lis resume em uma frase o sentimento comum entre os colegas: “O mundo não existiria sem professores. Toda profissão nasce de um deles”. E Laura finaliza com emoção: “Sou muito grata por ter tantos professores bons e maravilhosos na minha caminhada. Eles tornam o aprendizado mais leve, mais humano e mais feliz”.

Entre planos de aula, provas e abraços no corredor, o que se vê nos corredores da escola é a essência da educação em seu sentido mais verdadeiro: um encontro de pessoas que aprendem e ensinam juntas, todos os dias. E, nesse encontro, o professor segue sendo o elo que liga o conhecimento ao coração de cada aluno.

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