A yoga teve origem há 5 mil anos na Índia, como uma disciplina espiritual e define-se como toda a prática que tenha como objetivo a evolução em todos os aspectos da existência. É uma prática que envolve o bem-estar em todos os níveis: mental, físico, emocional e espiritual. Esta prática consiste na união do corpo e da mente ao que está ao redor.
Nos últimos anos, têm crescido cada vez mais o número de pessoas que buscam essa atividade como forma de exercitar o corpo, se alongar e relaxar. No entanto, a yoga é muito mais do que apenas um conjunto de movimentos de torção, de alongamento, misturado com algumas posturas complexas e desafiadoras.
Professora de yoga há 15 anos, a educadora física Caini Moura falou ao programa Papo da Hora, da Rádio Pelotense, sobre sua experiência com a prática, os benefícios que ela traz e como ela pode ser inserida nos mais diversos contextos de vida.
Como a prática entrou na sua vida?
Eu treinava, como sempre vivi nesse meio do exercício por conta da profissão, e descobri que estava grávida. Com isso, fiquei meio insegura de treinar do jeito forte como eu treinava, mas também pensei que não era o momento de parar, pelo contrário. Eu tinha uma amiga que viva me convidando para ir para a yoga, assistir às aulas dela e participar. Tudo é na hora certa, o yoga especialmente, não é qualquer hora que o ensinamento do yoga surge, e aquele era o meu momento. Comecei a praticar, me apaixonei e nunca mais parei.
Como foi a decisão de se tornar professora?
Nesse meio tempo decidi ser professora, de tanto assim que eu pensei, me senti no compromisso. Inclusive, eu digo que é algo que me fez tão bem, que eu me senti no compromisso, na obrigação de levar isso para as pessoas também. Essa virada tem 15 anos. Eu ainda trabalho com pilates, cada vez menos, hoje em dia administro mais a questão do pilates porque temos os dois integrados no nosso espaço (Casa Prana), mas estou me dedicando como professora de yoga cada vez mais.
Qual a faixa etária que a prática atinge? E qual a principal razão para procurarem o yoga?
É uma faixa etária bem diversa. São bem distintas as razões pelas quais nos procuram, desde alguém que chega achando que o yoga é só uma atividade física – e se ela vai buscar só isso, talvez ela se decepcione, porque embora tenha todos os benefícios físicos, o objetivo maior não é esse, mas às vezes, no processo, a pessoa entende e também se apaixona. É muito além, ainda que eu tenha esses ganhos físicos, eu também vou ter outros ganhos, que é de tranquilizar a mente, melhorar a ansiedade e trabalhar essa questão mais espiritual. Tem pessoas que são indicadas por psicólogos, por médicos, tem gente que vai por curiosidade.
Para quem é recomendada?
As pessoas acham que o yoga vai ser super difícil, mas não é. Cada pessoa irá fazer no nível que consegue no momento, progredindo com o passar do tempo. No yoga, a respiração é que conduz a prática. No que a gente consegue controlar essa respiração, aí é que está a virada de chave do yoga, quando controlamos a respiração, controlamos a mente também. As pessoas pensam em não praticar por não se acharem flexíveis, por não conseguirem parar quietos, ou colocam uma série de empecilhos e, na verdade, o yoga é para todo mundo. Desde crianças, com uma abordagem diferente, até idosos. Aluno avançado no yoga não é aquele que faz a melhor postura, é aquele que entende, naquele momento de vida, ou naquele dia, os seus limites. Isso é o yoga, é a auto-observação.
Como uma prática de cinco mil anos se mantém tão forte até hoje?
Acho que a gente ouve cada vez mais as pessoas falarem e entenderem mais de yoga, porque justamente eu acho que elas estão precisando mais. As vezes as pessoas chegam achando que vão fazer apenas um exercício e tem aquela surpresa do final, se sentem mais serenas e tranquilas. Elas chegam agitadas e ao longo da prática vão acalmando a mente. Eu digo que a mente da gente é como uma peça está empoeirada, onde não enxergamos nada, e, quando a gente para e observa, que é o que fazemos no yoga, nós deixamos essa poeira decantar e, assim, a gente enxerga as coisas como elas são.