Nova alça de acesso marca novo ciclo de expansão do Porto de Pelotas

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Nova alça de acesso marca novo ciclo de expansão do Porto de Pelotas

Projeto entre CMPC e Estado prevê via exclusiva de acesso ao terminal, duplicando a capacidade operacional e reduzindo tráfego urbano

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Nova alça de acesso marca novo ciclo de expansão do Porto de Pelotas
(Foto: Jô Folha)

O setor portuário passará um conjunto de obras e investimentos na expansão na região. Dentre as novidades, está a criação de uma alça de acesso exclusiva ao porto de Pelotas. A nova estrutura será feita em convênio entre o grupo chileno CMPC e o Estado. O investimento permitirá a duplicação da capacidade operacional do terminal e reduzirá o tráfego pesado na área urbana.

A nova alça de acesso está no pacote de projetos do grupo, junto à implantação da nova planta da empresa, prevista para Barra do Ribeiro, próximo à cidade de Guaíba, que deve iniciar no segundo semestre de 2026. A unidade utilizará os portos de Pelotas e Rio Grande para movimentar madeira e celulose.

Atualmente, o porto de Pelotas é responsável por movimentar cerca de 1 milhão de toneladas, principalmente de madeira, através da CMPC, que já transporta em média 120 carretas bitrem por dia por via fluvial. A nova estrutura deve dobrar a capacidade do terminal e tornar o transporte mais sustentável e econômico. Ela deve ficar localizada próximo à Casa de Bombas Sul e à ponte que leva ao Rio Grande.

Com investimento de R$ 27 milhões, o projeto da planta está em fase de obtenção de licenças ambientais. Desta forma, ainda não há prazos para a finalização das obras ou construção da alça em Pelotas. No entanto, o investimento do grupo é visto como uma oportunidade de aumentar a movimentação portuária na Zona Sul. “Preparar e consolidar a infraestrutura é a missão até o final da nossa gestão, em 2026. É fundamental para atrair negócios e oportunidades”, afirma o gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS, Fernando Estima.

Solução para problemas urbanos

Além de movimentar o setor portuário do município, a nova alça de acesso ao porto de Pelotas também amenizará um problema urbano da cidade: o tráfego constante de caminhões nas ruas próximas ao porto, como a Conde de Porto Alegre e Benjamin Constant.

Dezenas de caminhões passam pelas ruas a cada hora. Isso tira o sossego de diversos moradores da localidade, como o seu Edemir Mesquita, 70, que destaca a alta movimentação e velocidade de alguns veículos de carga. “Quando estão descarregados, eles vêm a toda (velocidade). Isso aí não para nunca. Todo dia e noite. Claro, o dia é mais ativo, de noite diminui um pouco”, relata. A novidade de uma possível redução na circulação é vista por seu Mesquita com bons olhos.

(Foto: Jô Folha)

Impacto na urbanização

O projeto também é visto com positividade pelo secretário de Urbanismo, Otávio Peres. Para ele, a iniciativa não apenas resolve um gargalo de mobilidade, mas também abre espaço para repensar a ocupação urbana na localidade. “Além dos investimentos, o projeto trata de reconduzir a questão da inserção dos caminhões de grande porte no contexto urbano de Pelotas. Essa era uma discussão antiga, e o projeto cria condições para retomar o debate sobre um novo acesso Sul à cidade”, explica.

Outro ponto destacado pelo secretário é o diálogo direto do projeto com os planos municipais de proteção e reconstrução, voltados à contenção de cheias e ao reforço de diques. “Estamos projetando a reforma e o reforço dentro do plano de reconstrução do Estado, o que inclui justamente a área onde essa operação portuária será realizada. A ideia é que esses investimentos reverberem de forma coordenada naquele território Sul, uma região de profunda vulnerabilidade socioeconômica e socioambiental”, afirma.

A prefeitura também pretende aproveitar o impulso econômico para qualificar os espaços urbanos. Entre as propostas, estão a criação de dois parques urbanos — um na Chácara da Brigada e outro no futuro Parque do Acesso Sul, que poderá se concretizar a partir desta iniciativa. “Os investimentos econômicos são fundamentais como motor de geração de emprego e renda, mas também como oportunidade de reformar e reconstruir a cidade”, completa.

 

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