Uma pesquisa da Fecomércio-RS revelou que 53,3% do comércio varejista tem a intenção de contratar trabalhadores temporários para o final de ano. Para quem busca emprego, trata-se de uma oportunidade de recolocação no mercado de trabalho e até de efetivação após as festas de fim de ano.
De acordo com o coordenador da Agência Sine Pelotas, Marcos Moraes, o número de vagas e o fluxo de candidatos aumentam em até 50% nesse período, em comparação com outros meses. “No final do ano aumentam as vagas nas áreas de vendas, em função do Natal, e também surgem oportunidades ligadas à safra do pêssego”, explica.
A pesquisa, realizada entre 1º e 13 de setembro, contou com a participação de empresários de Porto Alegre, Passo Fundo, Caxias do Sul, Pelotas, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Santa Maria e Uruguaiana. Para o presidente do Sindilojas Pelotas, Renzo Antonioli, a intenção de contratação extra também deve alcançar 50% dos estabelecimentos da cidade.
Segundo Antonioli, de 20% a 25% das contratações temporárias podem se tornar efetivas. “Estamos enfrentando uma carência de mão de obra no comércio, assim como em outros segmentos. Por isso, o percentual de efetivação está hoje entre 20% e 25%, contra 10% a 15% nos anos anteriores”, afirma.
Rotatividade também gera vagas
A gerente de uma loja de artigos de bazar, brinquedos e material escolar, Fernanda Rodrigues, conta que quatro pessoas já foram contratadas na última semana, e que outras três devem ser contratadas — dois vendedores e um fiscal de loja. No caso do estabelecimento, as admissões não são temporárias, mas motivadas pela rotatividade.
“Se a pessoa se sai bem, já fica. Algumas dessas contratações são reposições. Até o final do ano a rotatividade aumenta, e acabamos mantendo quem entra a partir de agora”, explica.
Oportunidade de recolocação
Aos 59 anos, Rejane da Cruz conseguiu uma nova vaga após pedir ajuda a amigos. Em processo de desligamento da empresa anterior, a vendedora enxergou na mudança uma nova vocação. “Antes eu trabalhava na área administrativa. Está sendo um desafio emocionante, porque é totalmente diferente do que eu fazia”, comenta.
A expectativa dela é seguir no novo emprego após as festas. “Comecei há duas semanas. Conversei com a dona da loja e no outro dia já estava trabalhando. Espero permanecer”, diz.
Dados estaduais
A pesquisa da Fecomércio-RS consultou 722 estabelecimentos, dos quais 385 informaram intenção ou efetivação de contratações temporárias. Na maioria dos casos (77,4%), a seleção será realizada no próprio estabelecimento.
Novembro foi apontado como o mês mais provável para o início dos contratos (39,5%), enquanto a maioria deve se encerrar até janeiro (45,7%).
Entre os critérios de seleção, 59% dos estabelecimentos afirmaram adotar exigências. O grau de instrução aparece como principal (38,7%), seguido por experiência (27,7%) e idade (23,1%).
As principais dificuldades relatadas pelos empresários são a indisponibilidade de horários (26%), a falta de qualificação (22,9%) e a falta de candidatos (20%). Quanto às funções, a grande maioria das vagas é voltada à área de vendas (90,1%), seguida por caixa/crediário (23,9%), estoque/depósito (15,1%), serviços gerais (6,2%) e segurança (3,4%).
