Vacinação é questão de responsabilidade e saúde pública. Quando enfrentamos, mais uma vez, um temor relacionado com a saúde, como o surto de meningite que preocupa a Zona Sul neste momento, é preciso refletir. Os casos são em Pelotas e Canguçu, mas podem muito bem se espalhar rapidamente. Age certo o poder público ao imediatamente iniciar uma campanha de vacinação, mas é lamentável chegarmos ao ponto de ver doenças já superadas em outro momento retornando por pura irresponsabilidade de quem não vacina seus filhos.
Dado o cenário pandêmico que vivemos há menos de meia década, torna-se ainda mais impressionante ver que movimentos antivacina e antisaúde ainda ganhem eco na sociedade. A lógica está posta: superamos a Covid-19 e todas as restrições e problemas que ela nos trouxe a partir da imunização em massa. Não é possível que ainda acredite-se em coincidência. Pelo contrário, os que seguem morrendo, em sua grande maioria, são pessoas que não receberam a proteção necessária contra o coronavírus e contra a gripe.
Por isso, ao ver os baixos índices de vacinação, sobretudo quando envolve crianças, é preciso sim apertar a ferida e apontar dedos. Apenas 38% do público alvo de Pelotas se imunizou e a doença está circulando entre nós. É questão de pura e simples responsabilidade com quem deixa ao acaso isso. Tantas outras doenças vencidas, como a pólio, o sarampo e a varíola foram também superadas com a força das imunizações. É a ciência da saúde funcionando em prol da vida.
A medicina nos trouxe a dádiva da longevidade, da cura de doenças e das ações preventivas. Há, claro, a liberdade de não o fazer, mas quando isso impacta o coletivo e, principalmente, crianças que não têm capacidade de tomar uma decisão, é preciso refletir novamente sobre posturas, ações e consequências. Agir com inteligência é o mínimo. Não devemos, em hipótese alguma, aceitar pessoas morrendo como medievais em pleno século 21 por pura falta de conhecimento e consequência de irresponsabilidades alheias.