Quem circula pelo Centro de Pelotas respira turismo. A cada esquina, é possível encontrar fachadas centenárias que contam a história da cidade. Esse olhar de visitante, praticado diariamente, fortalece o sentimento de pertencimento dos moradores e valoriza um patrimônio que também é fonte de renda e de oportunidades. Assim como Pelotas, outros municípios da Zona Sul, como Rio Grande, Piratini, Arroio Grande e Jaguarão, podem explorar ainda mais esse potencial. A reflexão ganha força neste 27 de setembro, Dia Mundial do Turismo.
Criada há 45 anos pela Organização Mundial do Turismo (OMT), a data celebra uma das atividades econômicas mais relevantes do planeta, responsável por cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) global e por milhões de empregos. Em 2025, o tema escolhido foi “Turismo e Inovação para um Futuro Sustentável”, destacando a importância de viagens mais inclusivas e conscientes do ponto de vista ambiental. Na Zona Sul, não haverá eventos voltado à data, porém o setor está sendo trabalhado pelas secretarias.
Pelotas em destaque
Em Pelotas, o setor vive um momento de crescimento. O secretário municipal de Turismo, Danilo Rodrigues, avalia que os avanços são visíveis. “Temos valorizado o patrimônio histórico, diversificado os atrativos, consolidado um calendário de eventos e promovido a cidade em feiras regionais e nacionais” afirma.
O município já se firma como destino cultural, histórico e gastronômico de destaque no sul do Brasil, segundo a nova classificação do turismo brasileiro. Além do Centro Histórico, Pelotas aposta em seu doce tradicional, reconhecido como patrimônio imaterial, na zona rural com vinícolas e agroindústrias familiares, nas praias do Laranjal e da Colônia Z-3 e nas charqueadas, que preservam parte fundamental da história local.
Estudos da Secretaria de Turismo de Pelotas e do Observatório Estadual do Turismo apontam crescimento no número de visitantes, sobretudo em grandes eventos, como a Fenadoce, que reúne mais de 300 mil pessoas. “O monitoramento também é feito a partir de indicadores como a movimentação no Aeroporto Internacional João Simões Lopes Neto e no Terminal Rodoviário, o fluxo de pedágios, a ocupação hoteleira e os atendimentos do Centro de Atenção ao Turista”, aponta Rodrigues.
O prefeito Fernando Marroni (PT) destaca ainda a Semana Integrada Farroupilha que mostrou a força da cultura e a capacidade de Pelotas em receber bem a todos. “O evento movimentou nossa cidade, reuniu famílias, fortaleceu tradições e trouxe visitantes que vieram prestigiar a festa. Esse espírito de acolhimento é parte da identidade pelotense e contribui para que Pelotas se consolide como um destino receptivo, tanto para o turismo cultural quanto para o gastronômico e histórico.”
Rio Grande combate sazonalidade

Em Rio Grande, o veraneio no Cassino já está em pauta (Foto: Jô Folha)
Em Rio Grande, a prioridade tem sido enfrentar a sazonalidade, já que o movimento cresce muito no verão, com a praia do Cassino, e cai durante o inverno. Para equilibrar esse cenário, a prefeitura investe em eventos e novas iniciativas ao longo do ano. O Acampamento Farroupilha do Cassino é um exemplo: realizado após o 20 de setembro, reúne dança, música e mais de 20 CTGs, com desfiles de cavaleiros e estrutura de galpões.

Em São Lourenço do Sul, a aposta é na colônia (Foto: Jô Folha)
O secretário Adjunto do Desenvolvimento, Inovação, Turismo e Economia do Mar de Rio Grande, Edward Moraes destaca ainda o projeto de desenvolvimento gastronômico. “Em parceria com Sebrae, rede hoteleira e produtores locais queremos criar pratos genuinamente rio-grandinos, valorizando não apenas peixes, mas também carnes e produtos da agroindústria”. A cidade também prepara novidades, como o projeto Escuna para o próximo verão, e mantém Centros de Atendimento ao Turista abertos todos os dias na praia do Cassino e junto à hidroviária.
Turismo no Brasil e no RS
No Brasil, o setor movimentou mais de R$ 200 bilhões em 2024, segundo o Ministério do Turismo, No Rio Grande do Sul, crescem as rotas de enoturismo, turismo rural e de natureza.