Um dos criadores do projeto cultural Vozes do Pampa @vozesdopampa, no Instagram, o estudante secundarista Luiz Henrique Ludke em parceria com os colegas amigos Luigi Freitas e Ageu Flores, membros de CTGs, criaram o projeto (presencial e on-line) com o objetivo de aumentar a visibilidade da cultura gaúcha na Escola SESI de Ensino Médio Eraldo Giacobbe, em Pelotas. A proposta conquistou o primeiro lugar na Área das Linguagens da Feira Brasileira de Iniciação Científica, que ocorreu em Joinville, Santa Catarina, entre 8 e 12 deste mês.
Como surgiu o projeto Vozes do Pampa?
A gente percebeu que na nossa escola não se comemorava a nossa cultura aqui do sul, a cultura gaúcha. A gente comemorava muitas outras datas, como a festa junina, e datas fora do nosso país, como Halloween, e Valentine’s Day. E a gente esquecia da nossa própria cultura. E eu e mais dois amigos, que fazemos parte de centros de tradições gaúchas, decidimos criar esse projeto para trazer mais visibilidade para a cultura para dentro da escola. O pessoal se sentiu um pouco mais dentro da cultura, porque a gente via que não tinha tanto conhecimento ali, era muito raso. A gente fez alguns questionários para saber qual era o nível que o pessoal conhecia e a gente percebeu que tinha um percentual muito baixo de pessoas que conheciam.
E esse Instagram é só para os alunos?
Não, ele é aberto a qualquer público. Está aberto. Fizemos também um movimento junto com os professores para conseguir dar um foco maior na nossa cultura, às vezes no meio das aulas. E a gente percebeu que estava tendo uma repercussão boa com alguns alunos. E lá na escola a gente tem a Semana de Arte e Literatura, que é a SAL. Fizemos uma oficina nessa SAL contando um pouco da história de como surgiram os CTGs, do Paixão Cortes. A gente contou de cada modalidade, de chula, danças tradicionais e contamos sobre os ritmos das danças. Também demonstrados.
Vocês focaram na dança porque as invernadas artísticas são uma das portas de entrada para os CTGs?
Sim. Só que a gente percebeu que o pessoal ali do primeiro ano ficou meio tímido. Eles ainda não tinham se acostumado tanto com a metodologia da escola, que é diferente das outras. Ah. Só o primeiro ano foi 25% dos alunos que não se sentiam muito bem, a vontade de ter que dançar. Mas como teve 75% de pessoas que gostaram, eles pediram mais.
Qual foi o prêmio da Febic? Ficaste surpreso com a premiação?
Passamos cinco dias se apresentando lá para os avaliadores. Ficamos um dia e no segundo dia a gente estava voltando de lá. Estávamos no ônibus escutando a premiação. Tinha oito projetos lá de escola no ônibus e a gente tava passando todas as categorias e ninguém ganhava nada, já tava assim, todo mundo sem esperança. Na penúltima categoria do primeiro lugar falaram Vozes do Pampa, a gente ficou sem acreditar. E com esse primeiro lugar a gente ganhou uma credencial para Londres, é uma feira que ela compartilha a cultura de todo mundo. Vão pessoas de vários países do mundo pra ficar 15 dias lá dividindo conhecimento de cada região. A gente não sabe ainda se vai um ou mais dos que estavam apresentando. Esse evento é ano que vem, junho e julho. Vão estar lá pessoas famosas que ganharam prêmios científicos, e a gente vai também conhecer universidades como Oxford, Cambridge. Acho que vai ser legal, vamos levar a nossa própria cultura aqui do Sul, muitas vezes somos esquecidos por ser a parte de baixo do Brasil. A gente vai conseguir representar internacionalmente a nossa cultura, conseguimos uma visibilidade muito grande em pouco tempo de projeto e eu fico muito feliz por isso.