Localizada no calçadão da Andrade Neves, a Studio Home é um ponto de referência para quem ama música. Comandada há 30 anos por Júnior, a loja oferece CDs, vinis, DVDs, instrumentos musicais, acessórios de áudio e vídeo e muito mais. Mesmo com a popularização das plataformas digitais, esses formatos continuam ocupando um espaço importante para quem busca algo além da música de fundo.
Como surgiu a ideia de abrir uma loja de cds, vinis e artigos musicais?
Eu trabalhei em uma loja de discos, onde, na época, só se vendiam LPs. Comecei por volta de 1983, lidando principalmente com vinis e fitas cassete, e com o tempo, surgiu a vontade de me aventurar num negócio próprio. Entre 1992 e 1993, os CDs começaram a ganhar popularidade, e eu vi ali uma oportunidade de negócio. Decidi, então, abrir uma loja especializada exclusivamente em CDs, deixando de lado os vinis, LPs e fitas cassete. Desde então, fomos aprimorando o negócio e nos adaptando às mudanças do mercado.
Há quanto tempo a loja existe e quais foram os maiores desafios nesse caminho?
A loja vai completar 31 anos no dia 14 de novembro. Os maiores desafios sempre foram as adaptações ao mercado. Quando abrimos, trabalhávamos só com CDs, depois, fomos agregando instrumentos, caixas de som, celulares e outros artigos. O pessoal sempre falava: “Ah, agora o CD vai acabar”. A gente ouve isso há uns 24, 25 anos, mas o CD nunca acabou, assim como o vinil. Na época em que surgiu o CD, as vendas de vinil diminuíram, mas ainda existe um público muito fiel, de quem realmente gosta de música.
Qual a importância do vinil e do cd hoje, na era digital?
A importância da mídia física é que ela oferece uma experiência única na audição de música, com suas características distintas. O vinil, com o som analógico e a atração do manuseio da capa, com as fotos e encartes, continua agradando os colecionadores; o CD, com sua portabilidade, capacidade de armazenamento e um som livre de ruídos e chiados, proporciona uma sensação de ouvir música mais clara e precisa. Diferente das plataformas, onde o som é comprimido com qualidade inferior, as mídias físicas têm um som mais encorpado, repleto de detalhes. Os aplicativos servem para uma audição com fones de ouvido, mas os vinis e CDs em aparelhagem mais completa proporcionam, portanto, um som de melhor performance, envolvendo o audiófilo, e a sensação é fisicamente mais agradável.
Outro ponto positivo das mídias físicas é poder ouvir música em qualquer lugar, sem depender de acesso à internet. As pessoas acabam montando uma coleção de discos que passam a fazer parte da sua casa; esta, por sua vez, tem um valor que pode ser comercializado quando a pessoa assim desejar. Vale para o bolso, mas principalmente para a alma, música é terapia.