O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) publicou edital de licitação para contratação de empresa responsável pela elaboração dos estudos, projetos básico e executivo de engenharia, além da execução das obras de reabilitação da ponte Alberto Pasqualini. O valor total da contratação para recuperar a estrutura sobre o canal São Gonçalo, que liga Pelotas a Rio Grande pela BR-392 é de R$ 126,3 milhões. O critério de julgamento será o de menor preço e o modo de disputa, aberto.
As propostas já podem ser enviadas pelo sistema ComprasNet. A abertura está marcada para o dia 19 de dezembro de 2025, às 9h, em sessão pública online. Conforme o edital, podem participar empresas credenciadas no Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores do Governo Federal (SICAF) e no sistema de compras do governo federal, mediante uso de certificado digital. O edital completo está disponível em www.gov.br/compras ou na sede do Dnit, em Porto Alegre, na rua Siqueira Campos, 664.
O processo foi encaminhado ao setor de licitações no dia 16 deste mês e o edital estava previsto somente para início de outubro. A data não só foi adiantada, como o orçamento total divulgado. Na ocasião, o superintendente do Dnit, Vladimir Casa, havia dito que o valor se manteria em sigilo para permitir que empresas propusessem novas soluções, embora uma nova lei alterasse o sistema. Com isso, o edital consta o valor de R$ 126.310.500,86.
Conquista
O presidente do Centro das Indústrias de Pelotas (Cipel), José Augusto Peter Vaniel, considera a notícia como uma visível importância para a economia e o desenvolvimento da região em função do Porto de Rio Grande. “Essa ponte tem uma melhoria principalmente na questão logística e comércio, porque ligar os pontos entre as áreas de influência com o Porto vai nos permitir que as empresas construam um terminal novo e agilizem transportes, o que facilita em termos de custo, na medida que não tenhamos mais um gasto com o pedágio”, avalia.
Para ele, a ampliação de acesso pela BR-392 vai impulsionar o crescimento econômico. “Tem a questão matemática: quem tem duas pontes, quebra uma, a gente continua com uma. Agora, quem tem uma ponte, se esta é interrompida, ficamos sem acesso ao transporte e o transtorno é grande”, conclui.
O chefe da Delegacia de Polícia Rodoviária Federal (PRF), Daniel Pitrez, entende que a transição da rodovia duplicada para a ponte de pista simples no canal São Gonçalo, em Pelotas, é considerada um dos pontos mais críticos da BR-392, depois de Canguçu. “O estreitamento da pista, aliado a uma curva mais acentuada que o traçado predominante da região, contribui para a ocorrência de tombamentos de veículos de carga no local”.
Com a reabilitação da ponte, recentemente licitada pelo DNIT, a expectativa é corrigir essas distorções estruturais e garantir maior segurança aos motoristas. A análise técnica indica que os impactos da obra sobre o tráfego serão limitados. “O trecho possui extensão linear suficiente para acomodar a sinalização necessária e conta com recuo junto à ponte antiga, onde deve ser instalado o canteiro de obras”, comenta Pitrez. Além disso, parte considerável das intervenções ocorrerá na estrutura inferior, o que deve reduzir ainda mais as interferências diretas na circulação.
Embora seja inevitável algum transtorno temporário, o chefe da Delegacia da PRF, avalia que os benefícios da nova ponte superam em muito os inconvenientes da fase de execução. “A obra é considerada essencial para melhorar a fluidez e a segurança do tráfego na região, que concentra grande fluxo de veículos de carga rumo ao porto e ao interior do Estado”.