A Colônia de Pescadores Z3 recebe somente nesta terça-feira (23) a exposição itinerantes Linhas do Mar, que celebra as belezas e a cultura litorânea ao apresentar 25 guardas-sóis bordados por artesãs de 17 estados do litoral brasileiro. A curadoria é do designer Renato Imbroisi e o projeto busca trazer visibilidade e apoio às propostas que valorizam as raízes culturais das regiões. De Pelotas, as Associações de Artesãs Redeiras do Extremo Sul e Bichos do Mar de Dentro também integram a mostra. A instalação estará na enseada do restaurante Cantinho da Gi, das 11h às 17h.
Cada um dos guarda-sóis contou com o trabalho de bordadeiras de norte a sul do Brasil. As obras de arte apresentam aos visitantes uma visão do processo criativo e das histórias bordadas que representam a essência das praias de 17 estados litorâneos do Brasil: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão, Pará, Amapá. Cada guarda-sol simboliza uma região e suas paisagens, unindo arte e tradição popular em uma experiência visual única.
Visita em grupo
Quem traz a exposição é o próprio Imbroisi, através do Instituto Imbroisi, juntamente com a Artesol – Artesanato Solidário, representada pela presidente desta organização, Sônia Quintella de Carvalho. A dupla lidera um grupo de 20 pessoas, entre empresários e influenciadores, que estão desde ontem em Pelotas, conhecendo diferentes aspectos da cultura de Pelotas e da Zona Sul do Estado.
A visita do grupo liderado pelo designer Imbroisi e Sônia Quintella, além de estreitar conhecimentos sobre os processos criativos e produtivos dos grupos Redeiras, Bichos do Mar de Dentro e Ladrilã, deve gerar vendas diretas para as artesãs locais. O encontro também gera a expectativa de aumento da visibilidade dos trabalhos desses grupos, além de possivelmente estabelecer um modelo de turismo que poderá ser replicado a outros grupos.
A artesã Rosani Schiller, presidente da Associação de Artesãs Redeiras, vê essa visita como uma oportunidade crucial para abrir novas portas de comercialização e aumentar a visibilidade nacional destes grupos de artesãs. A presença de Renato Imbroisi, um designer de renome nacional e internacional, gera a expectativa de novos fluxos de projetos, além da cobertura midiática planejada.
As artesãs também querem muito ter um momento com Sônia Quintella. “A gente tem muito o que conversar com ela, assim, em termos de projeção de artesanato, de visibilidade, de acesso à comercialização”, fala Rosani. Artesol é uma organização da sociedade civil brasileira fundada em 1998, pela então primeira-dama do país, a antropóloga Ruth Cardoso, sem fins lucrativos, independente e apartidária, que apoia os artesãos de todo o território nacional e atua como um centro de pesquisa, de reflexão e de formação para políticas públicas.
Início do processo
Nesta manhã, o grupo fará um tour pelo centro histórico de Pelotas e depois irá ao Mercado Central visitar a loja onde os três grupos de artesãs de Pelotas comercializam seus produtos. Ao meio-dia devem chegar à Colônia Z-3, para o almoço, no mesmo local da exposição, para uma conversa com as artesãs.
Rosani antecipa que as Redeiras vão preparar um roteiro de todos os processos, desde a reciclagem das redes até a fabricação dos acessórios que encantam muitos consumidores. “Nós, inclusive, vamos botar uma rede dentro d’água, que é o avião que a gente usa, dois pescadores vão ficar conosco para dar explicações”, conta a artesã.
