Até onde vai a liberdade de expressão?

Editorial

Até onde vai a liberdade de expressão?

Até onde vai a liberdade de expressão?
(Foto: Jô Folha)

No Brasil, o Ministério Público pede a cassação das concessões públicas da Jovem Pan por suposta veiculação de informações falsas e atribuir legitimidade a discursos golpistas. Nos Estados Unidos, o apresentador Jimmy Kimmel é retirado do ar após declarações que irritaram conservadores ao fazer comentários sobre a morte de Charlie Kirk. Em meio a tudo isso, levanta-se o grande debate: até onde vai a liberdade de expressão? E, mais do que tudo, até onde vai a liberdade de imprensa?

Fato é que a liberdade de discurso é mais um tema a ser arrastado para o debate polarizado que tomou proporções globais na última década. Quando a fala não agrada, é acusado de estar “do outro lado”. Aliás, a existência de lados, por si só, já é um fator que adoece a sociedade ao criar castas e grupos. Como lidar com isso?

A frase atribuída a Voltaire, “posso não concordar com o que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de o dizer”, é um dos preceitos fundamentais da liberdade de expressão.

Quando é cerceado o direito à fala por parte de algum comunicador ou alguém, perde a democracia. Ao mesmo tempo, é necessário cobrar a responsabilização diante do que se fala, principalmente quando se fere o preceito principal que é informar com isonomia.

Por outro lado, há também o bom senso, que muitas vezes tem ficado de fora das análises e acirrado ainda mais os ânimos. As próprias redes sociais nos deram o impulso de comentar, nos expressar, ter que emitir um parecer sobre tudo. Mas precisa? É realmente necessário? Não é defender uma lei do silêncio, mas sim da ponderação e reflexão. É amadurecermos em um momento em que todo mundo tem tido o espaço de agir como comunicador, com plataformas que maximizam gente que muitas vezes não tem técnica ou tato para comunicar.

Em um mundo globalizado e da ampla repercussão de qualquer fato em pouquíssimo tempo, o bom senso e a liberdade devem caminhar juntos. Por isso, uma imprensa séria, atuante, livre e isenta se torna mais importante do que nunca. Por isso, a responsabilidade é um dos fatores-chave para a comunicação.

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