Presença evangelizadora dentro do Colégio Gonzaga, a Pastoral da escola desempenha um papel crucial para toda a comunidade gonzagueana. São diversas as ações realizadas pelo setor, promovendo a formação espiritual, ética e social dos estudantes. Coordenada por Clori Schafer, a área mantém viva a tradição religiosa de 130 anos existente na escola.
A pastoral do Gonzaga desenvolve diversas atividades, entre elas momentos de oração, reflexões, celebrações litúrgicas, missas e retiros espirituais. Além disso, atua como elo entre a escola e a Arquidiocese de Pelotas, promovendo também parcerias com organizações sociais para incentivar ações solidárias e projetos de cidadania.
Segundo Clori, o objetivo é manter viva a tradição jesuíta de formação humana e cristã, atualizando-a para os tempos atuais. “A pastoral busca formar cidadãos capazes de transformar a realidade, preparando-os para uma vida de responsabilidade social e espiritual. Acreditamos que a educação integral precisa contemplar o lado humano, ético e cristão, além do acadêmico”, afirma.
Iniciação à Vida Cristã
Um dos principais programas da pastoral é a catequese de Iniciação à Vida Cristã (IVC), realizada em parceria com a Catedral de Pelotas. O IVC é voltado a estudantes do 6º ano em diante e se estende por aproximadamente dois anos, culminando na Primeira Eucaristia.
A proposta da catequese não se limita à transmissão de conteúdos religiosos, mas busca envolver os jovens em atividades dinâmicas e atrativas, aproximando-os da vivência cotidiana dos valores cristãos.
Segundo a catequista Ana Flávia da Silva, a utilização de multimídia, vídeos e rodas de conversa permite que os alunos compreendam a vida de Jesus de forma mais próxima à realidade deles. “Mostramos que ser cristão não é abrir mão da juventude, mas sim adotar atitudes de solidariedade, respeito e cuidado com o próximo. Trabalhamos com exemplos práticos, relacionando o cotidiano com os ensinamentos de Cristo”, explica.

(Foto: Divulgação)
Espaço para acolhimento
A catequese também serve como espaço de acolhimento e escuta dos estudantes. Ana Flávia ressalta que os encontros promovem a expressão de sentimentos, dúvidas e experiências, fortalecendo vínculos entre alunos e catequistas.
“Muitas vezes conversamos sobre o dia a dia, sobre relações familiares e escolares, buscando compreender o que cada um enfrenta. É um momento de amizade, confiança e orientação”, observa a catequista.
A proximidade de idade entre catequistas e alunos também facilita essa comunicação, permitindo uma abordagem leve e compreensível para os jovens, tornando-os protagonistas de sua própria formação espiritual.
Segundo a catequista Fernanda Meneses, a atividade vai além do ensino de conteúdos religiosos formais. Os encontros incentivam reflexões sobre a vida, sobre a relação com Deus, com a família e com a comunidade, estimulando o desenvolvimento da empatia, da solidariedade e do senso de responsabilidade social.
Atividades práticas, como trabalhos em grupo, cartazes e dinâmicas de discussão, fazem parte do método utilizado para tornar o aprendizado mais concreto. “É um trabalho de formiguinha, mas gratificante. Observamos os alunos mudarem atitudes, refletirem sobre suas ações e aprenderem a se colocar no lugar do outro. Isso é educação cristã e cidadania caminhando juntas”, comenta.
Ações sociais
Além das atividades de catequese, a pastoral organiza campanhas anuais de solidariedade, envolvendo toda a comunidade escolar. Entre elas estão a coleta de alimentos e agasalhos, que são destinados a instituições sociais da cidade. Essas iniciativas não apenas ensinam a importância de ajudar o próximo, mas também envolvem os alunos em ações práticas de cidadania e engajamento social.
Clori lembra casos de ex-alunos que, inspirados por essas experiências, fundaram ou passaram a atuar em organizações sociais. “Ver que algo que eles aprenderam aqui na escola está sendo colocado em prática na comunidade nos dá a certeza de que estamos formando cidadãos conscientes e solidários”, afirma.
A pastoral também atua de maneira transversal, dialogando com professores e outras áreas da escola para reforçar os valores cristãos, o respeito às diferenças e a convivência saudável. O ensino religioso, embora voltado para a vivência dos valores católicos, é oferecido com respeito a todas as crenças, proporcionando um ambiente inclusivo e plural.
Conforme a coordenadora, o Gonzaga, apesar de manter sua identidade católica, valoriza o respeito às diferentes crenças, formando estudantes capazes de conviver de maneira harmoniosa em uma sociedade diversificada. Entre os princípios trabalhados estão a fraternidade, a solidariedade, o cuidado com o outro, a ética, o respeito e a disciplina.

(Foto: Divulgação)
A pastoral acredita que essas vivências, quando internalizadas pelos alunos, contribuem para a formação de profissionais conscientes, líderes humanizados e cidadãos engajados na transformação social. As ações da pastoral procuram, ainda, aproximar os alunos de experiências espirituais significativas, como celebrações de Páscoa e Natal, retiros e encontros de oração, sempre contextualizando o aprendizado religioso de maneira prática e afetiva.
Vocação para doutrinar
O trabalho da pastoral do Colégio Gonzaga se estende à humanização dos jovens, ao estímulo da solidariedade e do cuidado com o próximo, à construção de uma cidadania ativa e à valorização da vida em comunidade. Como afirma Clori, o objetivo é plantar sementes para um mundo melhor, preparando estudantes que possam transformar a realidade à sua volta, com ética, fé e amor ao próximo.
